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MaturiFest traz Alexandre Kalache e Chip Conley

Referências em envelhecimento, longevidade e empreendedorismo estão na quarta edição do MaturiFest, pelo segundo ano online

A quarta edição do MaturiFest surpreende mais uma vez pela programação repleta de temas importantes, com foco no empreendedorismo e trabalho 50+. O evento, pelo segundo ano consecutivo 100% online, começou na segunda-feira, dia 26, e segue até quinta-feira, dia 29. Saiba mais em maturifest.com.

O painel de abertura trouxe Alexandre Kalache, referência no segmento do envelhecimento, ex-diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) e presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR), e Marília Berzins, presidente do Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE) e integrante do canal O que rola na geronto. A moderação foi de Mórris Litvak, CEO da Maturi. Na imagem principal, Chip Conley que encerrou o primeiro dia.

Kalache falou sobre sua vida profissional, a aposentadoria na OMS em 2007, e como segue se reinventando, “pintando e bordando”. Situação, porém, não é a realidade para a maioria das pessoas que, em meio às desigualdades, envelhecem mal e precocemente. Para ele, falta educação sobre o processo de envelhecimento, o que precisa ser incluído no currículo escolar e na formação dos profissionais de saúde.

MaturiFest - Alexandre Kalache, Marília Berzins e Morris Litvak

Outro ponto importante destacado por Kalache é a importância do aprendizado ao longo da vida, um dos pilares do envelhecimento ativo. Segundo ele, fora a saúde este é o fator mais importante para o bem envelhecer. A oportunidade de se reinventar, de viver a vida de acordo com os próprios anseios, deveria ser um direito, assim como a decisão de parar ou não de trabalhar.

CID

O presidente do ILC-BR também comentou sobre a possível inclusão de velhice na Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID). Segundo ele, a mobilização contrária à medida, que começou no canal do YouTube O que rola na geronto e deu origem a campanha #velhicenãoédoença, está vencendo. Em setembro, um encontro deve ocorrer entre a sociedade, organizações acadêmicas e a OMS para debater o tema.

Envelhecimento digno

Marília também apresentou sua carreira e o aprendizado que tem com as pessoas idosas com que trabalha. Ela afirmou que para muitos voltar ao trabalho depois da aposentadoria é uma necessidade e não uma opção. E reforçou a falta uma cultura para o envelhecimento, voltada para o planejamento, se perguntando, por exemplo, onde vai morar e se a renda será suficiente para manter as atividades básicas.

Porém, a presidente do OLHE acredita que nunca é tarde para mudar, com a força do prefixo “re”, de ressignificar, reinventar e requalificar.  Outro ponto ressaltado por Marília é a falta uma politica de trabalho tanto para quem é iniciante como para os 50+. Segundo ela, o Brasil precisa se comprometer com envelhecimento digno.

Sonhos

O painel “Os sonhos não têm limite” trouxe Cris Guerra, publicitária, palestrante e escritora, e Marc Tawil, jornalista e estrategista de comunicação, com mediação de Alexandre da Silva, especialista em gerontologia, doutor em Saúde Pública pela USP e colunista do UOL. Alexandre destacou a importância das políticas públicas, de entender o sonho em momento histórico, de como as posições socioeconômicos influenciam o tamanho e momento do sonho.

Cris acredita que aos 40 anos a gente começa a entender o que quer, a diferenciar o que é um desejo incorporado e o que são os desejos de verdade. Para ela, a vida é um resumo de sonhos que você vai ressignificando, ajustando o roteiro. “A gente morre para um sonho e renasce para outro”, destacou.

A ferramenta para poder sonhar, de acordo com Tawill, é uma só, é querer, estar disposto e aberto. Segundo ele, a gente pode sonhar com pequenas coisas, é preciso saber o que é legal para você e o que não é, e não se pautar na vida dos outros. O jornalista afirma que ressignificar faz parte de tudo na vida, como os elementos para construir sonhos com o pé no chão.

Internacional

Quem encerrou o primeiro dia do MaturiFest foi Chip Conley, autor do livro best seller “Wisdon at Work: the Making of a Modern Elder”, que traduzido seria “Sabedoria no Trabalho: a criação de um velho moderno”. Participaram do painel Silvia Triboni, Candice Pomi e Mórris Litvak.

O norte-americano foi consultor dos jovens criadores do Airbnb, que se tornou uma marca mundial de hospitalidade. Na palestra, Chip contou que aprendeu com os jovens sobre tecnologia e foi chamado por eles de “modern Elder”, o que significa ser curioso e sábio ao mesmo tempo.

Para Chip, há uma impressão errada das pessoas 50+, estereótipos de que os velhos não têm energia para o trabalho, por isso é preciso mostrar curiosidade e engajamento pelo que faz em vez de preocupação com aparência. O futuro das organizações, segundo ele, está na combinação entre jovens e pessoas mais velhas. Os mais velhos devem reconhecer que têm algo a oferecer ao mundo, e que é preciso aprender sempre para viver uma vida com profundidade.  

No blog Nova Maturidade mais conteúdo sobre os destaques do MaturiFest 2021.

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