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Saúde & Bem-estar

Especialista defende estratégias de prevenção contra Aids e ISTs

O blog Nova Maturidade traz uma entrevista especial sobre a luta contra Aids e infecções com o Dr. Milton Crenitte

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A campanha Dezembro Vermelho chama a atenção para a luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), alertando para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV. A iniciativa faz referência ao dia 1 de dezembro, que é o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

Os dados mais recentes do Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2021, do Ministério da Saúde, revelam que, entre 2007 e 2009 foram notificados 2.383 casos de HIV em pessoas a partir de 50 anos. Já em 2019, o número subiu para 5.469 casos, o que representa um salto de 129% em novos registros, comparando os dois períodos. Em razão da pandemia de Covid-19, os dados a partir de 2020 estão defasados.

O blog Nova Maturidade traz uma entrevista especial sobre o tema com o Dr. Milton Crenitte, médico geriatra pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) e coordenador do ambulatório de sexualidade do serviço de geriatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HC-USP). De acordo com ele, os dados de aumento ou diminuição de casos variam de acordo com as pesquisas, porém, levando em conta a cidade de São Paulo o maior número de infectados está entre os homens.

“É uma coisa importante porque quando a gente fala de infecções sexualmente transmissíveis. HIV e Aids, as pessoas só lembram de pessoas da comunidade LGBT, mas a maior parte das pessoas com um diagnóstico de Aids, sendo idosas na cidade de São Paulo é de heterossexuais. Então é importante também para desmistificar e algumas pessoas só ficarem pensando em HIV e ISTs se a pessoa for homossexual ou trans ou da comunidade LGBTQIA+”, ressaltou o médico geriatra.

Infecções e vulnerabilidades

Mais importante que abordar as práticas de prevenção já conhecidas, como a camisinha, segundo o especialista, é importante avaliar as vulnerabilidades a que esse grupo está exposto, seja da comunidade LGBTQIA+ ou de outros grupos, quanto às questões sociais e o contexto socioeconômico e cultural, por exemplo.

“O que o Estado faz para proteger uma população única, como ser profissional do sexo, no caso de pessoas como mulheres trans e as travestis. Hoje em dia o modelo mais importante para a gente entender o risco de uma pessoa adquirir ou não uma infecção sexualmente transmissível é entender quais são as vulnerabilidades a que uma pessoa está exposta”, destacou.

O coordenador do ambulatório de sexualidade do serviço de geriatria do HC-USP também salientou os impactos da pandemia de Covid-19 na luta contra a doença. “Algumas políticas públicas e campanhas deixaram de ser feitas. É importante a gente olhar para esse tema, e pensar em políticas públicas de prevenção”, disse.

Para Crenitte, algumas pessoas fazem uma leitura muito superficial de vulnerabilidade, dizendo que as tecnologias para melhoria da ereção de homens mais velhos é a responsável pelo aumento de casos de infecções sexual transmissíveis. “Isso é uma falácia ou uma interpretação muito superficial. É muito importante a questão do contexto para pensar numa política de prevenção. Campanhas desconectadas do contexto da pessoa são ineficazes. A campanha precisa se adequar, e aí de novo o tabu da sexualidade vulneráveis às infecções sexualmente transmissíveis. Por isso que é importante o preconceito que vai gerar essa pessoa não falar abertamente com o seu profissional de saúde”, alertou.

Estratégias de prevenção

O especialista defende uma estratégia de prevenção que possa ser pensada como para todos, mas que, ao mesmo tempo, se encaixe no contexto de cada um. “Eu costumo dizer que camisinha é um excelente método de prevenção, mas se a pessoa não usar não é um método de prevenção muito bom. Então se a pessoa já não usa camisinha entender o porquê que ela não usa, se é um medo de não adquirir ereção, mas podemos falar de outras estratégias, como testagem frequente e vacinação pra ISTs, entre outras”, destacou.

O médico geriatra salientou a importância de combinar a formação de profissionais e também de pessoas idosas sobre a prevenção: “Existe essa estratégia de prevenção de HIV e outras IST chamada prevenção combinada. Que é entender que não existe uma hierarquia de métodos de prevenção. Existe uma estratégia de prevenção que se adequa melhor no contexto de cada uma pessoa, porque nós somos diversos e a gente tem que reconhecer essa diversidade inclusive para promover ações de proteção e promoção do sexo seguro para pessoas idosas”.

(Imagem principal by jcomp on Freepik)

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