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Pesquisa desenvolve tecnologia para Parkinson

Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) participam do desenvolvimento de tecnologia de detecção de tremores

Tecnologia vai beneficiar pacientes com Parkinson

Com a ampliação da perspectiva de vida da população, cresce também o número de distúrbios e doenças relacionadas à idade, a exemplo do Mal de Parkinson. Segundo Bruno Pessoa, neurocirurgião e pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF), e coordenador de uma pesquisa sobre a tecnologia do TREMSEN – Tecnologia de Detecção Precisa de Tremores, “os distúrbios do movimento, em especial a doença de Parkinson, são considerados um grande problema de saúde pública e uma das síndromes neurológicas crônicas mais comuns no idoso”.

O pesquisador afirma que o Parkinson é caracterizado por tremor, rigidez, instabilidade postural e perda de memória, entre outros sintomas, apresentando evolução arrastada e progressiva, com complicações motoras e não motoras em fases mais avançadas. “A doença causa grande impacto na qualidade de vida dos pacientes e cursa como um importante problema de saúde pública”, afirma.

Com a crescente ocorrência da doença, o neurocirurgião da UFF, juntamente com uma equipe da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), da Universidade Federal de Goiás (UFG) e também da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, vem desenvolvendo a pesquisa sobre o TREMSEN. O objetivo é tentar transformar a avaliação médica, que é subjetiva e pautada somente no exame clínico do neurologista, numa ferramenta que possa medir de forma objetiva sinais motores da doença de Parkinson.

Tecnologia

Bruno Pessoa explica que o método consiste na aplicação de sensores nas mãos do paciente. “Uma vez que eles estejam conectados a fios ou cabos até um computador, mede-se não só a frequência do tremor, da rigidez, bem como a amplitude, ou seja, o quão bem o doente consegue realizar um determinado movimento. Através desse sensor, nós conseguimos transformar aquilo que é uma avaliação subjetiva e dependente do médico em valores absolutos, ou seja, em valores numéricos. Com isso, conseguimos mensurar melhor a intensidade do tremor”.

De acordo com o neurocirurgião, usualmente a avaliação do tremor do paciente com Parkinson é realizada através da utilização de escalas, que fazem parte de exames neurológicos. Existe nelas uma pontuação que a pessoa vai alcançando de acordo com alguns objetivos cumpridos no seu exame neurológico.

“No entanto, essa escala – utilizada no mundo inteiro e considerada ‘padrão ouro’, ou seja, o melhor método para avaliação dos pacientes – costuma ser muito cansativa, uma vez que demanda um grande tempo para a sua realização. Um dos objetivos para utilizarmos um sensor como é o caso do TREMSEN é, portanto, o de encurtarmos esse período de avaliação, transformando-a em um método mais objetivo e de curta duração”, enfatiza. 

Benefícios

Entre os objetivos do projeto, além de beneficiar os pacientes com Parkinson, segundo o pesquisador, é contribuir para toda a comunidade acadêmica, tendo em vista que se trata de um método de baixo custo: “No futuro, a ideia é podermos fazer essa aplicação de forma mais abrangente na avaliação de qualquer paciente com a doença através do TREMSEN, que consiste na fusão inédita de diversos métodos de avaliação já existentes da doença de Parkinson em um só sistema”.

Outra característica da tecnologia destacada pelo neurocirurgião é o fato de o próprio paciente, através da ferramenta, conseguir mensurar e medir sua condição neurológica naquele momento, assim como a condição passada ou futura. Dessa forma, ele tem como saber de modo mais objetivo se a doença dele está estável, progredindo ou se está melhor do ponto de vista clínico.

“Até o momento existem resultados muito promissores publicados pela equipe, demonstrando a capacidade de a ferramenta ser no mínimo equivalente em termos de eficácia ao que se tem de padrão ouro atualmente, que é a utilização da escala”, destaca Bruno Pessoa. O coordenador do projeto enfatiza que a universidade pública é o pilar da pesquisa clínica no Brasil.

(Fonte: Universidade Federal Fluminense – UFF / Imagem principal: Amor foto criado por rawpixel.com – br.freepik.com)

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