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Saúde & Bem-estar

Saúde auditiva contribui para a qualidade de vida

Dra.Tanit Ganz Sanchez, médica otorrinolaringologista, alerta para problemas no ouvido ao envelhecer; prevenção e impactos

Saúde auditiva tem impacto no envelhecer

Os ouvidos geralmente nascem com potencial para uma excelente performance ao longo da vida. Porém, segundo a dra.Tanit Ganz Sanchez medica otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela USP, especialista em zumbido, como tudo no corpo, o sistema auditivo também envelhece natural e gradativamente, diminuindo a capacidade em manter a mesma função auditiva.

A especialista destaca que “nossa qualidade de vida está muito relacionada à capacidade de comunicação e interação entre as pessoas; portanto, ouvir bem é fundamental para uma boa performance pessoal, profissional, social e familiar”. Segundo ela, o ouvido é um órgão de respostas sutis e precoces; seus sintomas não matam, mas ele é um dos primeiros a mostrar que algo não está bem no organismo.

Entre as características que contribuem para a vulnerabilidade dos ouvidos, dra. Tanit explica que são órgãos que trabalham continuamente, mesmo quando dormimos (nunca desligam). Como gastam energia continuamente e não têm como armazenar há problemas se isto não ocorre, como em longos períodos de jejum, ou se recebem “combustível adulterado”, como a ingestão frequente de doces, carboidratos simples, frituras, cigarro, álcool e drogas.

Dra.Tanit Ganz Sanchez medica Otorrinolaringologista
Dra.Tanit Ganz Sanchez alerta para cuidados com a saúde auditiva

A chegada do sangue para o ouvido também contribui para a vulnerabilidade dos ouvidos, já que ocorre por meio de uma única artéria fina. A dra. Tanit alerta que haver uma obstrução por causa de placas de gordura, decorrente de diabetes, pressão alta, colesterol ou triglicérides altos.

Envelhecimento

Como o envelhecimento é um processo gradativo, a médica otorrinolaringologista ressalta o possível surgimento da presbiacusia (nome oficial da perda auditiva relacionada ao envelhecimento natural), que instala-se lentamente e reflete a diminuição de células auditivas e fibras do nervo auditivo. Perda que, em geral, começa a partir dos 60 anos, mas alguns indivíduos podem manifestá-la a partir dos 50 anos.

Além do envelhecimento natural, interferem na saúde auditiva a hereditariedade e os hábitos cultivados ao longo da vida. “É a época de colher o que se planta na juventude e na idade adulta. Muitos idosos acumulam níveis de perda auditiva maiores que representam a somatória do hábito de se expor a sons altos, diabetes, hipertensão arterial, hiperlipidemia (aumento do colesterol), uso de medicamentos ototóxicos (anti-inflamatórios, quimioterápicos, estimulantes sexuais e outros), além da intoxicação por metais pesados (chumbo, mercúrio, arsênico)”, alerta a médica.

Infelizmente, segundo a especialista, a vida moderna trouxe muitas maneiras de estragar os ouvidos e todos nós estamos mais sujeitos a ter problemas, inclusive os jovens. Isso porque os ouvidos estão sendo comprometidos muito cedo por causa das baladas, dos fones de ouvido e de ambientes barulhentos que fazem parte da vida de muitos.

Entre os problemas mais frequentes que comprometem a saúde auditiva, dra. Tanit lista:

Perda auditiva

Todo mundo pensa que os problemas de ouvido estão relacionados apenas à perda auditiva. Só que, antes da perda auditiva ser percebida, outros sinais já mostram que os ouvidos estão sendo bombardeados. Sempre é útil prestar atenção nessas sutilezas para tratá-las mais cedo. Com isso, aumenta a chance de melhorar do problema e de prevenir que o ouvido piore como um todo.

Dificuldade de entendimento da fala

“É o famoso: ‘eu ouço, mas não entendo’. Isso já sugere que o ouvido tem perda de células auditivas, principalmente para sons mais agudos. Quando o paciente conversa com alguém que está à sua frente, o entendimento é ótimo, mas quando a pessoa está fora do campo de visão ou num ambiente que tem vários outros sons (ex: restaurantes, pizzarias, reunião com várias pessoas juntas), o entendimento piora bastante”.

Zumbido no ouvido

“É um barulho no ouvido (chiado, apito, cigarra etc), mais percebido em momentos de silêncio. Só quem tem consegue ouvir. Por incrível que pareça, o zumbido ainda é um desconhecido de muita gente, mas estima-se que já afeta 22% da população geral (cerca de um a cada cinco pessoas) e 33% dos idosos (cerca de um a cada três idosos)”.

Hiperacusia

“Um tipo de incômodo com determinados sons, que parecem mais altos do que eles realmente, como som da televisão, rádio, vozes das pessoas e liquidificador. Esse sintoma pode aparecer em qualquer idade e já afeta 10% da população”.

Dicas para manter a saúde auditiva

Além de seguir as recomendações de seu médico, a especialista salienta que a vida saudável ajuda a ter ouvidos saudáveis:

1. Em festas, shows ou bares ruidosos: use protetores de ouvido e faça intervalos periódicos (10 minutos a cada uma hora). Isso faz muita diferença para a segurança dos ouvidos! Não ache “normal” sair da balada com zumbido!

2. Com fones de ouvido: evite ultrapassar a metade da potência do aparelho ou usar mais que duas horas seguidas.

3. Alimente-se bem, de quatro a seis vezes ao dia, pouca quantidade, evitando abuso de cafeína, doces, sal, álcool e nicotina. A boa nutrição é a base para o funcionamento normal do ouvido e de sua pequena circulação.

4. Hidrate-se bem: beba água ou água de coco para seus rins conseguirem eliminar melhor as toxinas.

5. Exercite-se cinco vezes por semana: combata o sedentarismo; o metabolismo de glicose e gorduras vai melhorar, assim como a circulação cerebral e dos ouvidos.  Além disso, o fortalecimento muscular ajuda o equilíbrio, reduzindo o risco de queda!

6. Troque momentos de silêncio por estimulação dos seus ouvidos com baixo volume de sons suaves, mesmo durante a leitura ou o sono. Isso ajuda bastante no controle do zumbido e da hipersesnsibilidade auditiva, mas é preciso persistência. Evite pensar que você não vai conseguir se concentrar.

7. Diminua o tempo de celular direto no ouvido: use mais mensagens de texto, viva-voz ou fone, pois a energia eletromagnética tem se mostrado prejudicial a alguns ouvidos.

8. Evite automedicação: certos antiinflamatórios e antibióticos podem agredir os ouvidos. Ao menor sintoma, já avise seu médico.

9. Re-la-xe! Estresse afeta o ouvido, do mesmo modo que o estômago, o coração, a pressão etc. Alivie seu estresse com atividades relaxantes eficazes: yoga, meditação, Tai-Chi-Chuan, Chi-Cong etc.

10. Incorpore mais momentos de prazer na sua vida: atividade física, passeios, relacionamentos saudáveis, cinema etc. Momentos de felicidade ajudam a restaurar nossos órgãos, inclusive os ouvidos.

11. Quedas em idosos por tontura podem ser graves. Adote cuidados simples como evitar encerar o chão ou usar tapetes soltos; preferir solados e pisos antiderrapantes; instalar luzes junto ao chão para facilitar a caminhada à noite; colocar corrimão nos dois lados da escada e barras de segurança no banheiro; sentar-se na cama antes de levantar.

12. Visite seu médico regularmente para exames preventivos, tanto auditivos como de saúde geral.

(Fonte: Instituto Ganz Sanchez / Imagem principal Mulher foto criado por karlyukav – br.freepik.com)

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