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Novo ano: velhices e desafios

Novo ano, velhos desafios

Um novo ano se inicia, cheio de expectativas e acho que para a maioria com um pé no freio diante de tudo que ocorreu em 2020. Infelizmente nem tudo mudou e o envelhecimento e a longevidade ainda seguem carregados de preconceito e estigmas.

Em um episódio antigo da série Grey’s Anatomy (disponível na Netflix), um paciente idoso diz a um dos médicos que quando se fica velho são muitos ontens e nenhum amanhã. E no especial de fim de ano Gilda, Lúcia e o Bode, exibido recentemente pela Globo e disponível no Globoplay, Gilda, a personagem de Fernanda Montenegro, afirma que a velhice rouba tudo: sono, sexo… Será?

Estamos começando 2021 e não importa a sua idade, a torcida é para que haja muitos amanhãs, e que a velhice não seja apenas de “roubos”, mas de novas oportunidades e desafios. Afinal sempre há o que ser feito, algo novo a ser vivido, seja com um novo projeto, um novo negócio, aprender sempre é positivo. São muitas as possibilidades diante da potencialidade e vivência de cada um. São muitas as velhices e envelhecer não é sinal de doença, nem saúde a ausência dela.

Desigualdades

É possível viver bem, mesmo com limitações, o problema está mesmo na falta do que é essencial: acesso à saúde de qualidade, saneamento básico, educação continuada, trabalho e renda. A desigualdade não é exclusiva do envelhecer, é preciso oferecer qualidade de vida para todas as idades.  

Não adianta Selos de Cidade Amiga do Idoso, quando a política é de retirada de direitos, como ocorre com a gratuidade no transporte coletivo da cidade de São Paulo e nos trens, metrôs e ônibus intermunicipais da Grande São Paulo, para pessoas com idade entre 60 e 64 anos. Há quem não dependa, mas diante da desigualdade que vivemos a gratuidade é fundamental para a mobilidade de muitos.

Percepção e desafios

O envelhecimento populacional é percebido, como ficou evidente com a pandemia de Covid-19, primeiro como principal grupo de risco, depois a “descoberta” de milhares de instituições de longa permanência não só no Brasil, mas no mundo, precisando de auxílio.

Porém, há muito que ser feito pela população idosa, não só de hoje, como os idosos de amanhã. Um desafio a ser abraçados pelos governos, instituições e a sociedade de forma geral como convoca a Década do Envelhecimento Saudável, proposta pela Organização Mundial de Saúde. E como diz o mestre Alexandre Kalache, a vida é uma maratona, não mais uma corrida de cem metros.

Como diz a Gilda de Fernanda Montenegro em outra cena do especial, “A vida que me resta não é minha porque é curta?”, muito pelo contrário, ela pode ser mais longa que se imagina, e você precisa ser o protagonista de sua história para envelhecer com plenitude. Sigamos com otimismo! #2021estasocomecando

(Katia Brito / Imagem principal de Tumisu por Pixabay )

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