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Conquistas e desafios

conquistas e desafios - maria anastácia manzano

Maria Anastácia Manzano*

No final do ano participei de uma comemoração on line com os amigos do curso de especialização em gerontologia, que concluímos no ano de 2020.  Estávamos tão emocionados e felizes com nosso encontro que falávamos todos juntos, querendo contar nossas conquistas num ano de tantos desafios, pessoais e profissionais. Amigos fiéis e dedicados às causas do envelhecimento, do bem-estar e da saúde.

Animados com planos futuros nos foi dado um desafio: escolher uma palavra que representasse o que o curso foi para cada um de nós. Mas desafio bom é aquele que complica, não simplifica. E a complicação neste caso foi o sorteio de uma letra para cada um com a qual a palavra deveria se iniciar. Tantas palavras bonitas e positivas surgiram: progresso, lealdade, …

Para mim caiu a letra D e imediatamente a palavra que veio em minha mente foi DEDICAÇÃO. Como estudante ativa e motivada, não poderia ter palavra melhor para me definir no curso. Sempre uma das primeiras a chegar e das últimas a sair. Em contato com quase todos os professores após as aulas ministradas. Com novas ideias para o trabalho de conclusão a cada mês, praticamente. Com este trabalho pronto na primeira data limite estipulada pela coordenação do curso. Enfim, uma perfeita “cdf”, como se dizia na minha época de colégio.

Percebi, logo depois de expor a palavra e as razões ao grupo, que DEDICAÇÃO pode descrever o que foi o ano de 2020 para mim. Dedicação a mim mesma, com muitas reflexões, autoconhecimento e autocuidado nos momentos de quarentena, confinada sozinha em casa, em São Paulo. Dedicação a meus amados pais, que necessitaram de mim uma atenção física e emocional mais presente. Dedicação a minha enorme e amada família, tios, primos, sobrinhos postiços, segunda, terceira e até quarta geração. Dedicação aos amigos próximos e distantes, aos amigos de trabalho, aos meus clientes e pacientes.

E nessa história os textos publicados aqui no blog #novamaturidade foram elos fundamentais de contato, para dar e receber todo o carinho possível num ano atípico, onde passamos da solidão ao acolhimento, compartilhamento e gratidão.

Minha participação no blog começou com o convite da jornalista Katia Brito para um texto sugerindo atividades com música a serem desenvolvidas em casa. Escrever o texto foi tão bom para mim e a repercussão com comentários na família, dos amigos e entre pessoas desconhecidas me fizeram a companhia que tanto necessitava nos momentos de isolamento.

Assim, a produção dos textos seguintes foi quase compulsiva. Ideias surgiam a todo momento. Canções “pipocavam” em minha mente a toda hora. Sugestões das pessoas enchiam minhas caixas de mensagens. Me senti amada, solicitada e muito produtiva. Além da amizade “para todas as horas” com a querida Katia, com quem troquei confidências, pedi conselhos e compartilhei momentos chaves da pandemia, novas amizades surgiram superando os limites geográficos e profissionais. Novas propostas de trabalho apareceram. Novos trabalhos com novos desafios.

Entretanto ainda estamos tristes … para o ano muitos faltarão à mesa das comemorações. Sucumbidos durante a pandemia, nossos mortos deixam saudades que ainda não sabemos como lidar. Quanto a isso, peço licença à colunista Valéria Barrio para usar as suas palavras:

“… vou sentir saudades, pois ter a consciência de que o sofrimento não é inútil também é uma forma positiva de encarar a saudade e a existência de bons momentos em nossa trajetória nos lembram de que todos os dias representam uma chance de encontrarmos felicidade novamente”.

Ah, querida amiga, suas palavras me consolam e que um Novo Tempo venha nos abençoar. Feliz 2021!

*Maria Anastácia Manzano 

maria anastácia manzano

É especialista em Musicoterapia (Faculdades Hélio Rocha, Salvador-BA), especialista em Gerontologia (Faculdade Paulista de Serviço Social, São Paulo-SP), Mestre em Educação Para a Ciência (UNESP–Bauru), Mestre em Ciências Biológicas (USP), Especialista em Educação Ambiental (UNESP–Botucatu) e Bacharel em Ciências Biológicas (USP).

Musicoterapeuta de grupos em instituições de longa permanência (ILPIs) e Centros dia e musicoterapeuta clínica para idosos com comprometimentos cognitivos (CCL, demências), também é dirigente de Dança Sênior, musicoterapeuta da ONG Instituto Energia em Santos (SP), e autora de textos de divulgação em Musicoterapia e Gerontologia.

Leia outros textos da colunista em http://bit.ly/mariaanastaciamanzano

Contato: mt.anastacia@gmail.com

(Imagem principal de congerdesign por Pixabay

1 Comentário

1 Comentário

  1. Maria Alice

    8 de janeiro de 2021 às 13:35

    Parabéns, Anastácia, as suas palavras e dedicação ao seu trabalho , me auxiliaram muito a cuidar da minha mãe com seus 98 anos! Muito obrigada !

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