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Longevidade em dados*

Alexandre Kalache participou do evento de divulgação da pesquisa

Nunca é tarde demais para investir em aprendizado, para encontrar tempo para aquele curso que você sempre quis fazer, seja para uma transição de carreira, para realizar um sonho ou para conquistar mais oportunidades na área em que já atua. Esta escolha associada ao seu propósito de vida vai fazer toda a diferença, como destacou o mestre Alexandre Kalache no encontro do “Diálogos da Longevidade”, no mês passado, realizado pelo Grupo Bradesco Seguros.

“É preciso saber por que acordou e a diferença que você vai fazer. Quanto mais cedo você começar melhor, nunca é tarde demais” – Alexandre Kalache

No evento, embora a partir de uma amostra reduzida focada na população urbana, foi apresentada a pesquisa “Longeratividade”, realizada pelo Instituto Locomotiva, sobre a população de 50 anos ou mais. O levantamento traz informações interessantes, afirmando, por exemplo, que 7 em cada 10 brasileiros acreditam que viverão até os 80 anos ou mais.

Outros dados são que 62% dos brasileiros com 50 anos ou mais são chefes de famílias, contra 25% entre os que têm até 49 anos, e 13% moram sozinhos. A escolaridade é um problema, já que 53% têm até o ensino fundamental, 19% sem instrução, 17% ensino médio, 11% ensino superior ou acima. “São pessoas que vão viver mais e terão que trabalhar mais, e que muitas vezes se concentraram em profissões que deixarão de existir”, afirmou Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, durante a apresentação da pesquisa.

O aspecto financeiro também preocupa, uma vez que apenas 35% têm algum dinheiro guardado, aliás um dos arrependimentos apontados por 83% das pessoas ouvidas pelo levantamento, ao lado dos cuidados com a saúde, estudo, exercícios físicos e mais tempo com amigos e familiares. Porém, a questão econômica é complexa, conforme os dados apresentados na ocasião, 44% vivem da aposentadoria, com valor em média de R$ 1.574, e os 39% que trabalham têm rendimento médio de R$ 2.126.

E apesar do preconceito sentido por grande parte dos entrevistados – 74% afirmaram que já presenciaram alguma situação de preconceito contra uma pessoa mais velha, a autoestima vem crescendo e o espelho deixando de ser um problema. As pessoas, segundo Meirelles, buscam a melhor versão de si mesmo e têm uma vida mais ativa que os estereótipos sugerem. A pesquisa indica que 70% estão satisfeitos com seu estilo de vida. Destaque ainda para o potencial deste mercado consumidor, que ainda não se vê representado na publicidade, e proporcionalmente é a faixa etária na qual o acesso à internet mais cresceu entre 2008 e 2018. A estimativa é que o país tenha 54 milhões de pessoas com mais de 50 anos.

Entre os desafios estratégicos para a terceira idade apontados pela pesquisa estão a geração de renda, inserção social e os cuidados com saúde e bem-estar. “Se aproximar do público 50 mais é se aproximar do nosso futuro, enquanto cidadãos, enquanto país”, concluiu Meirelles. Um público com potencialidades com certeza, mas que também deve enfrentar muitos desafios para envelhecer com qualidade de vida. Acompanhe aqui a apresentação completa. (Foto: Fabio Salles/Divulgação)

*Artigo também publicado no meu perfil no Linkedin.

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