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Voto é direito e cidadania para quem é 70+

Prazo para regularização do título terminou nesta quarta, dia 4 de maio; votar é um direito, um exercício da cidadania

Eleições 2020 - horário ampliado para idosos

As eleições se aproximam e nesta quarta-feira, dia 4 de maio, acabou o prazo para regularizar o título eleitoral. Verifique a sua situação com a Justiça Eleitoral no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou pelo aplicativo e-Título.  

Nas eleições de outubro deste ano, serão eleitos o presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais. Mesmo sem a obrigatoriedade, muitos eleitores de 70 anos ou mais fazem questão de votar. Segundo Diogo Cruvinel, analista do TSE, há um aumento gradual desta parcela do eleitorado, embora, segundo ele, isso ocorra pela inversão da pirâmide etária no país. Nas eleições de 2020, eles representavam cerca de 9,13% do eleitorado, e no pleito anterior 8,16%.

O comparecimento, por outro lado, percentual vem diminuindo. Foi de 42% em 2016 para 37% em 2018, e 30% em 2016. De acordo com Cruvinel, as campanhas deste período pré-eleitoral focam os jovens, porque eles não têm ainda o título e nem uma vida de participação como os idosos. Depois desse período o TSE costuma fazer campanhas com foco em todos os eleitores cadastrados.

Embora, recomende a participação por questão de cidadania, o analista do TSE destaca que para os mais idoso às vezes é difícil comparecer. Por isso, entre os dias 18 de julho e 18 de agosto, pessoas com mobilidade reduzida, mesmo que temporariamente poderão solicitar o remanejamento da seção eleitoral para um local mais acessível.

Diferente das notícias que circulam não houve cancelamento do título para pessoas com mais de 70 anos, e a biometria também segue suspensa, também não interferindo no cadastro eleitoral.

Exemplo

A Longevida traz o exemplo de um 70+ que faz questão de votar. Nosso entrevistado é José Araújo Silva (Foto: Arquivo pessoal), de 78 anos, formado em gestão pública, pós-graduado em gerontologia, especialista em democracia participativa, atuante em movimentos sociais, conselheiro nacional de saúde, conselheiro estadual e municipal da pessoa idosa de Curitiba (PR), coordenador do Fórum Paranaense da Pessoa Idosa, membro tesoureiro do Fórum Nacional Permanente da Secretaria pelos Direitos da Pessoa idosa e presidente da Associação Nacional de Gerontologia do Paraná (ANG-PR).

Como você avalia a importância do voto? 

José Araújo Silva: A importância do voto é inegável desde a juventude até o idoso. A partir dos 16 anos e até o fim da vida é preciso votar. Mas por que é preciso votar, vai alterar alguma coisa no meu voto? O meu sozinho não vai, mas o voto de todos vai alterar sim. A gente vai poder contribuir para uma política mais voltada às necessidades da população.

Por que você acha importante principalmente que os idosos compareçam às urnas?

Silva: Quando eu não exerço o meu direito de votar, e eu tenho 78 anos, eu estou delegando para outras pessoas votarem em meu nome e elegerem quem eles acham que devem eleger. Eu não aceito isso. Eu vou na eleição e eu incito todas as pessoas idosas a irem até a sessão eleitoral e votar. Não é só votar. É votar e depois acompanhar o desenvolvimento do trabalho daquele a quem você dedicou o voto. Se você não votou, você não pode pensar em cobrar.

Votar é forma de participação social?

Silva: A cidadania, a luta por democracia reside exatamente nessa participação social. Essa é uma delas. É importantíssimo o voto, mas também a participação nos movimentos sociais, nos conselhos de direito e de política. Eu sempre digo que eu ficaria triste de no final do mês receber a minha aposentadoria, se eu não fiz nada de bom pro meu semelhante naquele mês. Então independente de estar aposentado, eu preciso contribuir com essa sociedade. Não será por minha falta que a nossa cidade não vai melhorar ao longo do tempo. Votar sempre, desistir jamais.

Como você avalia o papel da pessoa idosa no processo eleitoral?

Silva: Os idosos têm uma grande responsabilidade, porque eles orientam o voto. Eu tenho cinco filhos e invariavelmente na eleição eles vêm perguntar: ‘Pai em quem que nós vamos votar dessa vez?’ Eu não sei em quem ele vota, mas ele vem, e aí eu digo: ‘Olha, você precisa levar em consideração essas situações aqui pra poder exercer o seu voto corretamente. Eu acho que a gente precisar participar ativamente.

Como estimular as pessoas idosas a participarem das eleições?

Silva: O voto depois dos 70 anos não é uma obrigação, ele é um direito. Eu tenho o direito de votar naquele que vai me representar na Assembleia Legislativa, no governo do Estado, no governo federal, no Senado, na Câmara de Deputados de Brasília. Eu preciso participar disso. Com esses argumentos, eu tenho conversado com as pessoas com mais de 70 para que compareçam às urnas.

Quais ações vocês têm feito no Paraná?

Silva: A gente tem feito alguns movimentos aqui no Paraná. Houve um acordo entre Conselho Estadual da Pessoa Idosa e o Tribunal Regional Eleitoral no sentido de disponibilizar pessoal e urnas para ir nas instituições de longa permanência para que as pessoas possam votar e também ir aos hospitais para quem não tem como sair e exercer direito do voto. Então levar a urna diretamente para que elas possam exercer o seu direito de cidadania e votar.

Você acredita em um futuro com cidadãos mais conscientes?

Silva: Com movimentos, dessa forma eu acredito que vamos cada vez mais convencer a população idosa a ir votar. Porque na verdade, muitas vezes ele fica pensando que não vale a pena lutar porque já está no fim da vida, e que os outros que estão aí que vejam e mudem a situação. Mas eu particularmente prego e vou continuar, que as pessoas idosas precisam exercer o seu direito de cidadão, de elemento útil na sociedade que vai eleger os representantes, e muito mais que isso estar sempre acompanhando o trabalho desenvolvido por aquele parlamentar para saber se ele está sendo digno do voto. Até porque daqui pode mudar o voto e votar em outra pessoa.

Enquanto eu tiver vida, enquanto eu tiver forças, eu vou lutar, eu vou exercer o direito do voto e vou pedir que todos exerçam. Eu vou mais do que isso participar da vida política do meu município e federal também no sentido de contribuir com a situação nos conselhos de política e de direito para poder estar se assegurando de que não só que aquela democracia eleita, mas também a participativa, ajude a tornar esse país um lugar melhor pra viver. A participação é tudo nossa vida. Temos participar.

*Texto de Katia Brito, publicado originalmente no site da Longevida Consultoria

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