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Uma vivência no Parque Fontes do Ipiranga

Uma visita pela Estação de Tratamento de Esgoto do Zoológicp

O aprendizado é contínuo para quem estuda e trabalha na área do envelhecimento, assim como para as pessoas idosas dispostas a trilhar novos caminhos. No Clube Teteia, da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, descobri o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga. Até o tempo ajudou naquela tarde do mês de agosto, que passei aprendendo junto com a turma de aproximadamente 20 alunos, todos com 60 anos ou mais. Veja mais sobre o programa de educação ambiental para pessoas idosas em outra reportagem do blog. Acesse aqui.

O tema do dia foi os 50 anos do Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (Pefi), que deve virar livro. Diferente de outras Unidades de Conservação, geralmente afastadas da área urbana, a ilha verde de aproximadamente 526 hectares é demarcada por avenidas de grande movimento na Zona Sul de São Paulo – a Miguel Stefano e Cursino.

E na área do Parque, além do Zoológico, estão o Jardim Botânico, Instituto Botânica e o Zoo Safári, vinculados à Secretaria do Meio Ambiente (SMA), o Hospital da Água Funda, o Centro de Exposições São Paulo Expo, o Centro de Esportes Cultura e Lazer e o Parque da Ciência e Tecnologia da USP.

Na apresentação sobre o parque, Katia Rancura, chefe da Divisão de Educação e Difusão da Fundação Parque Zoológico de São Paulo e coordenadora do Clube Teteia, ao lado do biólogo Bruno Aranda, explicou sobre a biodiversidade do local. Na fauna, são 157 espécies de aves, 24 de répteis, 22 de anfíbios e 30 de mamíferos. Já a flora conta com 380 espécies arbóreas e 1.152 de fanerógamas, ou seja, plantas com flores.

Importante para o controle de cheias e poluentes na região, desenvolvimento de pesquisas, proteção do solo e das nascentes de água, produção de oxigênio e como espaço de cultura, lazer e esporte, o Parque Fontes do Ipiranga sofre diversas ameaças, de acordo com os biólogos. Entre elas, a poluição do ar e com o descarte de resíduos, o atropelamento e eletrocussão (morte por descarga elétrica) de animais, e a caça, pesca e apanha ilegal.

Depois da aula, uma visita para verificar a poluição no entorno do Zoológico, o trânsito e o descarte irregular de resíduos, reflexos do parque demarcado por uma populosa zona urbana. E dentro do parque, uma visita à Estação de Tratamento de Água (ETA) e explicações sobre como o Zoológico cuida desse recurso e utiliza a água de reuso.

A última atividade foi sobre sequestro de carbono, ou seja, como calcular quanto uma árvore retira de gás carbônico da atmosfera. Com uma simples fita métrica e a calculadora dos celulares, a partir do diâmetro das árvores foi possível estimar as quantidades. O excesso de gás carbônico na atmosfera é um dos fatores responsáveis pelo efeito estufa, ou seja, contribui para as mudanças climáticas.  

Izabel (de blusa azul) e outras alunas do Teteia medindo o diâmetro das árvores

Condepefi

Izabel Graciana Mendes dos Ramos, de 62 anos, é uma das alunas do Clube Teteia. Ela preside a Associação de Amigos e Moradores da Água Funda e está no segundo mandato como membro do Conselho de Defesa Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (Condepefi). O mandato no Conselho seria encerrado este ano, mas foi prorrogado para 2020, em virtude do processo de privatização da Fundação Parque Zoológico e do Zoo Safari (saiba mais neste link do jornal Destak). Izabel é a única representante da sociedade civil no órgão. Clique aqui e leia mais informações sobre o Condepefi.  

“Eu tenho uma relação muito próxima com essa área verde de muitos anos, mas foi em 2001 que eu consegui, através da então diretora do Jardim Botânico, a entrada da terceira idade para caminhada no parque com isenção de taxas”, conta Izabel. A diretoria mudou, porém, o trabalho continuou por meio do Condepefi. Atualmente moradores do bairro Água Funda e do entorno participam do grupo de caminhada, aberto para qualquer pessoa acima de 60 anos.  

Teteia

Izabel pela primeira vez participa do Clube Teteia. “O meu primeiro contato foi para contar a história da Água Funda, porque eu tenho um trabalho de levantamento da nossa parte histórica. Pelo contato com o pessoal do Zoo, eu fui convidada a participar do Clube Teteia”, conta.

Bruno (à esquerda) explica a atividade de sequestro de carbono para o grupo

Para o biólogo Bruno Aranda, o grande mérito do programa são os laços construídos com os idosos. Ele participou primeiro como aprimorando, entre 2013 e 2015, e voltou no ano passado para compor a equipe de Katia. “É um publico que especificamente eu tenho afinidade. Sempre gostei muito, porque eles são espontâneos, sinceros e divertidos. Eu tenho um carinho especial, porque além da vivência, tem toda essa amizade. Muitos já se conhecessem, estão desde 2013 com a gente, tem essa troca de amizade, é muito carinho, acho que isso é o principal”, ressalta.

Outro ponto é o potencial multiplicador do grupo. “Eles multiplicam muito o conhecimento que eles aprendem aqui, passam pra casa, levam para os netos, pra família. Também são questionadores no Facebook e Instagram do Zoo, e quando tem algum comentário que eles não concordam, mais generalistas sobre zoológicos, eles ajudam a comentar e rebater”, destaca Bruno. (Katia Brito)

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