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Valéria Barrio Novo Gonçalves

Seletividade socioemocional e envelhecimento

Seletividade emocional e envelhecimento - Valéria Barrio

Entender que a vida é feita de ciclos faz com que você fique em paz com tudo que chega e com tudo que se vai. (autor desconhecido)

Valéria Barrio Novo Gonçalves*

Você já ouviu falar sobre a teoria da seletividade socioemocional?

Essa teoria foi desenvolvida em 1991 pela pesquisadora e psicóloga norte-americana Laura Carstensen. A pesquisadora realizou estudos para explicar o afastamento social e o declínio nas interações sociais e na intensidade e na variedade das respostas emocionais dos idosos. As relações sociais na juventude são mais numerosas e de longo prazo, pois nessa fase da vida, busca-se o aumento da informação e a afirmação da identidade.

Na velhice esses objetivos são substituídos por uma seleção mais ativa, na qual as relações sociais próximas são mantidas pois trazem maior segurança e conforto emocional. Essas relações sociais são mais importantes no momento que se percebe a redução da perspectiva temporal. Desse modo, os idosos tendem a priorizar relações de curto prazo, a preferir relações sociais mais significativas e a descartar o que for irrelevante.

Ou seja, deixam de investir em quantidade e passam a priorizar a qualidade das relações. Isso não implica em perdas. A redução da rede de relacionamentos prioriza relações saudáveis, que ofereçam segurança emocional e descarta relacionamentos tóxicos e prejudiciais ao bem-estar.

Envelhecimento ativo

seletividade emocional pode contribuir muito para um processo de envelhecimento saudável, pois a percepção do que é prioritário nas relações, para a saúde e bem-estar se adequa a uma nova fase de vida. A busca por participação ativa e de qualidade nos seus meios de convivência a fim de um envelhecimento ativo é impulsionado pela seletividade emocional que atua de forma intuitiva na busca de um novo estilo de vida com relações saudáveis.

Boas condições de saúde mental e física, bem como o convívio em um ambiente que promova seu desenvolvimento social e intelectual, encorajam essas pessoas a procurar atividades que elevem ainda mais sua qualidade de vida.

Cuidadores e relações sociais

Quando nos propomos a cuidar de alguém, temos que ter claro em nossa mente que o bem-estar do outro não é o seu bem-estar. Temos que saber respeitar as escolhas de quem cuidamos, proporcionar a conexão da pessoa cuidada com as relações que lhe fazem bem, que lhe trazem segurança e confiança.

Nós que cuidamos temos que ser o elo de conexão e o facilitador na promoção de relações saudáveis e prazerosas. E ao mesmo tempo temos que preservar quem cuidamos das relações tóxicas e que trazem prejuízos a saúde física, emocional e mental.

A seletividade socioemocional no envelhecimento só comprova o quanto os mais velhos são sábios e o quanto temos a aprender com eles. Para nós, os mais “jovens”, quando temos o privilégio de conviver com eles, deveríamos aprender a ser mais seletivos, a buscar a nossa saúde mental, a priorizar relacionamentos que nos fazem bem e nos afastar do convívio do que nos impede de seguir e de ter paz interior.

Portanto, se permita escolher suas relações, se permita dizer não ao que te traz prejuízos a saúde física e mental, faça as suas escolhas de acordo com o que faz feliz. E por fim, quando temos a consciência dos ciclos da vida, recebemos o que nos chega e aceitamos o que se vai.

E você? Já parou para refletir em como está a qualidade das suas relações?

Reflita… e faça sua seleção.

*Valéria Barrio Novo Gonçalves

Valeria Barrio Cuidado Cuidadores Cuidare

Graduada em Administração de Empresas com Habilitação em Comércio Exterior e pós-graduada em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sempre foi apaixonada pelo tema do envelhecimento. Pós-Graduanda em Gerontologia na Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), realizou cursos como de Estimulação Cognitiva para Idosos pela Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).

Valéria, que estreou em junho como colunista do blog Nova Maturidade, é responsável pela Cuidare Santo Amaro, uma franquia de Cuidadores de Pessoas – idosos, adultos e crianças, com ou sem necessidades especiais. Para conhecer mais sobre a Cuidare Santo Amaro, entre em contato pelos telefones (11) 4281-2717 ou (11) 93435-1977 ou pelo e-mail santoamaro@cuidarebr.com.br.

A periodicidade da coluna é mensal. Confira também o texto de estreia de Valéria Barrio: Cuidados e cuidadores em meio á pandemia.

(Imagem principal de Gennaro Leonardi por Pixabay

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