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Qualidade de vida vai além da atividade física

Núcleo para pessoas idosas da Central Nacional Unimed (CNU) em São Paulo coloca o corpo em movimento e estimula a convivência

Núcleo de Qualidade de Vida da Unimed

Mais que um polo de prática de atividade física, um espaço de amizade e convivência para quem passou dos 60 anos. Assim é o Núcleo de Qualidade de Vida para o Idoso da Central Nacional Unimed (CNU) no bairro Artur Alvim, na Zona Leste de São Paulo. Criado em 2013, o grupo, aberto para toda a comunidade, conta atualmente com 180 pessoas matriculados, mas a capacidade é para 200. As aulas são às terças e quintas no Instituto Movere. O núcleo faz parte do programa Unimed Ativa, que também inclui o curso gratuito de cuidadores de idosos. Saiba mais no site.

As primeiras matrículas foram feitas em agosto de 2013 e quem acompanhou foi o analista de sustentabilidade da CNU, Gabriel dos Santos Francez. “Nós começamos com 16 pessoas no primeiro ano e depois foi crescendo gradativamente. Tínhamos capacidade para cem pessoas no início e estendemos no ano passado”, explica. As aulas que eram de duas horas passaram para uma hora e foi criada uma segunda turma. A cidade de Salvador também conta com um núcleo e, segundo Gabriel, há projetos para que a iniciativa chegue a outras localidades de São Paulo.

Quem também acompanha o Núcleo de Qualidade de Vida é Cleonice Molnar, analista de sustentabilidade da CNU. “Eles não vêm só para fazer uma ginástica, socializam, muitas têm amizades fora daqui. A gente procura na medida que consegue também proporcionar outras coisas como palestras preventivas, peça teatral, oficinas”, ressalta.

As atividades físicas do Núcleo de Qualidade de Vida são conduzidas pelo Instituto Energia, de Santos, especializado em atividades e projetos para pessoas idosas, que tem à frente Eliza Montrezol. Entre os planos para 2020, segundo Cleonice, está trabalhar o compartilhamento de memórias: “Vamos ver se a gente consegue. Um dos planos é tentar trabalhar a questão das memórias de uma forma geral, para elas compartilharem e cada uma falar um pouco das suas memórias. Isso pode virar um livro do grupo ou mesmo para elas pensarem, recordarem e guardarem”.

Assim como esta jornalista, Cleonice se encontrou no trabalho com o público idoso: “Eu adoro, me identifico muito. Estou terminando no fim do ano uma pós e depois vou fazer Gerontologia. Meu plano para o ano que vem é engatar a Gerontologia e trabalhar com eles isso”.

Novo fôlego

Paulo Apolinário Ramos, de 73 anos, e a esposa Neusa do Prado Ramos, 74, estão entre os primeiros alunos do Núcleo de Qualidade de Vida. “Quando eu e minha esposa começamos a fazer exercício aqui eram seis pessoas conosco. Fomos um dos primeiros e aí foi aumentando, aumentando”, conta Paulo. Ele se aposentou, mas não parou, ainda atua como técnico afinador de pianos.

Paulo e Neusa no Núcleo de Qualidade de Vida da Unimed
O casal Neusa e Paulo está desde o início do grupo

Mais que a atividade física o que mantém Paulo no projeto é a convivência: “É uma maravilha. A gente vem fazer exercício, distrai. Pena que são poucas horas, mas é maravilhoso”.  Músico, ele canta e toca sua guitarra em eventos para a terceira idade como os bailes anuais realizados pelo núcleo.

Há menos tempo no grupo, Adna Alves de Souza, 80, se sente mais ativa e alegre depois que entrou no projeto. Assim como Ivone Nascimento Molisani, 68, que esperou ansiosamente por uma vaga. Sempre que possível é acompanhada pela filha Gislene Molisani. “Ela está mais ativa, não falta. Até meu pai briga às vezes. Percebo que ela não tem mais medo de andar na rua, antes ela fazia caminhada e caiu”, conta a filha. Para Ivone, o núcleo é sinônimo de amizade, alegria e paz.

Outra aluna é Mitue Kato, a dona Odete, 80. Ela começou a frequentar o Núcleo de Qualidade de Vida no início do ano passado com o marido e continuou mesmo depois da morte dele pouco tempo depois. Ela ressalta o carinho que recebeu do professor Adriano (um dos responsáveis pelas aulas) no retorno às aulas e as amizades conquistadas. Segundo Odete, o próprio marido antes de falecer lhe incentivou a continuar.

Voluntariado

O casal Aparecida Rodrigues Silva, 71, e João Rodrigues da Silva, 80, veio por indicação de uma amiga. “Fazíamos atividade num outro lugar, mas gostei muito daqui. É muito bom, eu me senti muito bem”, conta Aparecida, que também é voluntária na AMA/UBS (Assistência Médica Ambulatorial/Unidade Básica de Saúde) Manoel da Nobrega.

O voluntariado começou muito antes da participação no Núcleo de Qualidade de Vida. Há oito anos Aparecida auxilia pacientes, médicos, enfermeiros e escriturários da unidade de saúde da Prefeitura de São Paulo em Artur Alvim. “Estou como voluntária e também sou do Conselho Gestor. Nunca fui da área de saúde. Um dia estive lá como paciente, vi o movimento e que havia poucos funcionários para tanta demanda. Eu acabei ficando para ajudar um pouquinho e estou até hoje”, destaca.

E o principal beneficiado por este voluntariado não são os profissionais e pacientes da unidade. “Eu não faço favor e nem ajudo os outros. Eles é que me ajudam. A minha cabecinha ficou muito, muito melhor depois que eu estou fazendo este serviço de voluntária. Eu gosto muito, é uma das coisas que eu jamais vou deixar de fazer”, finaliza. (Katia Brito)

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