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Proteção e participação encerram programação

Leila Castro Pré-Congresso

Proteção e participação também foram temas do Pré-Congresso Envelhecimento Ativo – Cidade Amiga do Idoso (leia mais no blog), que antecedeu os debates do Congresso Municipal no dia 11 de setembro. Uma das mesas destacou a ocupação do espaço público, moradia e participação social e a outra aprendizado ao longo da vida, voluntariado e a visão das empresas sobre o segmento idoso.

Leila Castro (em destaque na imagem principal), supervisora do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação do Instituto Jô Clemente (antiga Apae de São Paulo), mediou a mesa com o eixo proteção. A primeira palestra do painel foi de Marcela Correa, pesquisadora de temas relacionados à apropriação do espaço público no meio urbano, que falou sobre Ocupação de espaços comunitários e mobilidade urbana.

Marcela Correa Pré-Congresso

Segundo Marcela (foto), para a sociedade funcionar, é preciso acessar o outro e não segregar. Os espaços devem possibilitar a interação de vários grupos, o que permite mitigar alguns problemas sociais. A partir do momento que o indivíduo se sente bem no bairro em que vive, impacta na qualidade de vida e não apenas na saúde.

Para a palestrante, mesmo em tempos de pandemia de Covid-19 é necessário repensar a apropriação dos espaços públicos para manter as interações, que são de extrema importância para uma vida ativa.

Moradia acessível

A arquiteta Flávia Ranieri, que trabalha desenvolvendo projetos de arquitetura, mobiliário e arquitetura de interiores para pessoas mais velhas, apresentou um case de moradia acessível da cidade de Belo Horizonte (MG). Um casal de 70 e 74 anos, ativo, que inicialmente pretendia adaptar o sobrado em que moravam.

Estudos mostraram que o casal utilizava apenas 37% da casa e avaliando o bairro, segundo os conceitos do envelhecimento ativo – saúde, segurança, participação social e aprendizado ao longo da vida -, Flávia percebeu que o local não atendia às necessidades do casal.

Flávia Ranieri Pré-Congresso

A decisão, a partir também de uma avaliação da cidade, com foco no futuro e planejamento, foi pela mudança para um apartamento em outro bairro, próximo dos cursos que faziam, do trabalho e de amigos e familiares.

Como Flávia (foto) afirmou, não é todo mundo que tem essa oportunidade, mas é interessante fazer esses raciocínios para morar em local que envelheça com você e permita adaptações contínuas e graduais de acordo com as necessidades do processo de envelhecimento.

Ambiência

A última palestrante do painel foi Maria Luisa Trindade Bestetti especialista em ambiência, acessibilidade e gerontologia ambiental, com o tema Ambiência e a construção da cidade para o envelhecimento saudável. Ela falou sobre possibilidades de moradia como o coliving, que é viver em imóvel compartilhado com um número pequeno de pessoas, e o cohousing, que são comunidades definidas em grupo.

Outra opção citada por ela foram as moradias institucionais, ou seja, as instituições de longa permanência para idosos (ILPIs). Quando o idoso é levado ou resolve morar em um desses locais tem que desapegar e muitas coisas e convive com pessoas desconhecidas.

Maria Luisa também trouxe o conceito de aging in place que, segundo ela, é envelhecer no lugar mas não necessariamente no mesmo imóvel. Nesse caso, deve se levar em conta que é possível circular no espaço urbano sem se sentir oprimido, por isso o controle social da vizinhança também é importante para manter a segurança, assim como a atenção ao mobiliário e equipamentos públicos e a participação social, incluindo trabalho e lazer.

Aprendizado ao longo da vida

O eixo Participação encerrou o Pré-Congresso, destacando os recursos existentes na comunidade para o bem-estar e qualidade de vida de pessoas idosas. A mediação foi Vera Caovilla, palestrante e consultora nos temas demência, família e cuidados, que também conduziu a primeira mesa do evento. O estudo e o idoso foi o tema da palestra de Egídio Dórea, coordenador da USP 60+, que recentemente lançou o livro Idadismo – Um mal universal pouco percebido (saiba mais no blog).

USP 60
A USP 60+ funciona desde 1994 (Foto: Elcio Silva/PRCEU-USP)

Como destacou o palestrante, não é por envelhecer que perdemos a capacidade de aprendizado. A primeira Universidade da Terceira Idade foi aberta em 1974, na França, e no Brasil, apenas em 1991. A USP 60+ surgiu em 1994. O Estatuto do Idoso de 2003, de acordo com Egídio, torna efetiva a criação das universidades abertas.  

O aprendizado ao longo da vida é um dos pilares do envelhecimento ativo e, de acordo com o professor, permite a valorização do idoso, maior participação da vida em comunidade, convivência com outras faixas etárias, melhoria da qualidade de vida, combate a estereótipos e preconceitos, reinserção social, autoexpressão, independência e autonomia. A oportunidade de aprender não deve ser negada a ninguém e pode revolucionar o próprio curso de vida, afirmou o palestrante.

Voluntariado

Silvia Naccache voluntariado

Silvia Naccache, palestrante e consultora nas áreas de voluntariado, responsabilidade social, desenvolvimento sustentável e terceiro setor, falou sobre O voluntariado na terceira idade. Em sua apresentação destacou que o “voluntário é a pessoa que, motivada por valores de participação e solidariedade, doa seu tempo, trabalho e talento, de maneira espontânea e não remunerada para causas de interesse social e comunitário”.

O voluntariado, de acordo com Silvia, é a oportunidade de fazer a diferença na própria vida e na vida das pessoas do entorno por meio de uma atitude ou uma ação. Existe uma atividade voluntária para cada um pode oferecer seu talento, habilidade, conhecimento, originalidade, energia e tempo.   

Empresas

Antonio Leitão, gerente do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, foi o último palestrante e seu tema foi Como as empresas estão pensando o idoso ativo. O instituto atua nos segmentos de longevidade financeira, trabalho, cidades, comportamento e saúde. De acordo com ele, as empresas não estão preocupadas com o segmento idoso, seja em relação a produtos e serviços ou em ações de responsabilidade social.

Com a pessoa idosa fora das estratégias de negócios, Antonio afirmou que são baixas as chances de que ações de responsabilidade social existentes promovam o envelhecimento ativo. O gerente do instituto acredita que para a economia da longevidade se tornar real, a pessoa idosa tem que estar inserido na estratégia das empresas, com base em conhecimento das demandas e necessidades.

Congresso

Assim como o Congresso Municipal sobre Envelhecimento, que aconteceu no dia 12 de setembro, o Pré-Congresso completo está disponível no canal do YouTube do vereador. O conteúdo das palestras também pode ser acessado no site Envelhecimento Ativo. Leia mais sobre o evento no blog. (Katia Brito)

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