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Pensar na morte é refletir sobre a vida

Desde que conheci o trabalho da dra. Ana Claudia Quintana Arantes, geriatra e paliativista, autora do livro “A morte é um dia que vale a pena viver” (Editora Sextante), tenho desenvolvido um outro olhar sobre a morte. A certeza de sermos finitos, acredito eu, contribui para que sejamos pessoas melhores. Clique aqui e leia a entrevista que a dra. concedeu ao blog Nova Maturidade.

Como a dra. Ana Cláudia afirma no livro: “Com ou sem prazer, estamos vivos 100% do tempo. O tempo corre em ritmo constante. A vida acontece todo dia, e poucas vezes as pessoas parecem se dar conta disso”. Em épocas de fim de ano é comum pensar que o próximo ano vai ser diferente, que faremos o nosso melhor, mas o risco é grande de passar por 2020 sem mudanças, e aguardando com esperança 2021, 2022…

Reflexões importantes e transformadores trazidas por eventos como o Cineclube da Morte, idealizado pela dra. Ana Cláudia e Tom Almeida, do movimento inFINITO (leia sobre o evento deste ano aqui). A última edição do ano, no dia 17 de dezembro (terça-feira), no Petra Belas Artes, em São Paulo, apresentou o filme “Anjo de Vidro” (2004), seguido por um bate-papo onde todos se sentem abertos para participar, trocar experiências e expor o que pensam e vivenciam. Saiba mais sobre o movimento inFINITO no site. Na foto principal, Tom Almeida e a dra. Ana Cláudia.

O envelhecimento é uma das temáticas do filme que se passa no Natal. Uma das protagonistas é uma mulher madura (Rose, vivida por Susan Sarandon) que cuida da mãe com Alzheimer, solitária no cuidado e na vida. E a experiência do personagem (Mike, de Paul Walker) que tem um ciúme doentio da noiva (Nina, Penélope Cruz) e vê seu possível futuro na história de um viúvo (Artie, Alan Arkin), ciumento como ele, que busca o perdão da mulher, morta em um acidente.

Histórias que se encontram e se completam, sem falar na participação de Robin Williams. Morto em 2014, aos 63 anos, ainda se fala que o ator se suicidou em consequência da depressão. Porém, o que ele tinha era demência com corpos de Lewy (leia mais nesta matéria da revista Época), doença degenerativa como o Alzheimer, afetando o pensamento, a memória, as emoções e os movimentos do corpo. Já Paul Walker, mais conhecido pela franquia “Velozes e Furiosos”, morreu em 2013, aos 40 anos, em um acidente de carro.  

E pensando nestas duas mortes, escolhi o trecho do livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, onde a dra. Ana Claudia cita o clássico indiano “Mahabarata”: “A coisa mais assombrosa do mundo é que, ao redor de nós, as pessoas podem estar morrendo e não percebemos que isso pode acontecer conosco”.

Death Café

No Cineclube da Morte, conheci Damaris Franco, que criou o perfil Aos 50 anos no Facebook e Instagram para dividir sua experiência com a descoberta do câncer de intestino, ovário e endométrio, um dia antes de completar 50 anos. A partir daí ela começou a encarar a vida e a morte sobre outra perspectiva. Acesse aqui e conheça o perfil no Instagram.

Participantes do 1º Death Café de Poá

No dia 19 de dezembro (quinta-feira), ela promoveu em parceria com a Rara Books Livraria & Café, em Poá, cidade vizinha a Mogi das Cruzes, onde eu moro, o 1º Death Café Poá. Nem vi passar as três horas de conversa com pessoas de diferentes idades, assim como no cineclube abertas a pensar na finitude, a compartilhar vivências e experiências. Que venha a próxima edição! Afinal pensar sobre a morte é refletir sobre a vida.  

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