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Me Pede Que Eu Canto presenteia com música idosos em instituições de longa permanência

Me Pede que eu canto

A música como presente para idosos em instituições de longa permanência é a proposta do projeto Me Pede Que Eu Canto, idealizado pelo produtor musical Jules Vandystadt. Desde a criação, em março, já foram atendidas 41 instituições em todos os Estados e 421 cantores são voluntários pelo país. A iniciativa chegou também ao Canadá pelo Ask Me And I´ll Sing com mais de 50 cantores. Acompanhe o projeto no Instagram.

Jules Vandystadt Me Pede que eu canto

“É uma ideia que é muito simples: conectar virtualmente um artista a um idoso. Só que o diferencial é que o idoso pediu, então o vídeo é um presente pessoal e intransferível, porque foi gravado para ele e é dedicado. O idoso se sente muito homenageado, porque é um estranho que ele nunca viu na vida e talvez nunca vá ver, que está ali disponibilizando tempo, amor e carinho para mandar um presente”, conta Jules (foto).

O Me Pede Que Eu Canto surgiu, por volta do dia 15 de março, para manter o trabalho da ONG Cantareiros, criada por Jules, de forma virtual. Desde 2007, a Cantareiros leva de forma presencial cantores voluntários a hospitais, instituições de longa permanência para idosos (ILPI), ONGs e orfanatos.

Primeiros cantos

“Tive a ideia de gravar vídeos e pela própria ONG a gente já fez uns quatro vídeos bem produzidos, de coral virtual, mas eu queria chegar às pessoas. Aí tive a ideia de mandar vídeos pessoais de acordo com os pedidos dos velhinhos dos asilos (instituições de longa permanência)”, conta.

Jules mandou mensagem para instituições que já eram atendidas pelos Cantareiros, solicitando que perguntassem aos idosos quais eram as canções preferidas. Com as listas, ele reuniu amigos da música do Rio de Janeiro, onde mora, que escolheram as canções e gravaram os primeiros vídeos.

A primeira instituição foi a Casa de Repouso Feliz Viver, no Rio, visitada desde 2009 pelos Cantareiros. Com o tempo, mais pedidos vieram de instituições, assim como de cantores de diferentes locais do Brasil e do exterior querendo participar. Entre junho e julho, o número de cantores dobrou de 210 para mais de 400, da mesma forma que o número de instituições atendidas saltou de 24 para 41.  

Pedidos especiais

O hit do projeto são as músicas de Roberto Carlos. “Carinhoso também sai muito, mas Roberto Carlos é campeão. Eu posso deixar um repertório gravado de Roberto Carlos que eu já sei que vou usar durante o projeto inteiro”, brinca Jules. Há também pedidos curiosos como para o Hino de Portugal e para um samba da década de 1920, que só tinha como referência um vídeo no YouTube.

“Tem muitas músicas que os músicos têm que aprender, porque a referência musical dos idosos é outra. Eles pedem coisas muito específicas e eu encorajo muito os músicos. De repente eles abriram a lista e não tem nenhuma canção que eles conhecem ou a que conhecem já foi escolhida, eu falo: ‘Galera, pega uma que você não conhece e aprende’. Porque faz parte, é enriquecedor tanto para o artista como para o velhinho”, ressalta.

O retorno dos idosos por meio de vídeos gravados, áudios e fotos enviados pelas instituições mostram aos cantores como esse trabalho se materializa na reação dos idosos. Muitas vezes emocionados pelos presentes recebidos.

Para participar, basta que as instituições mandem um e-mail para mepedequeeucanto@gmail.com, explicando a natureza do trabalho que eles desenvolvem, se é público ou particular, onde estão, e a partir daí é feito um cadastro e depois são enviadas as informações para o envio do pedido de canções.

Trilhas da vida

Para Jules, a experiência com o Me Pede Que Eu Canto é incrível. “Fico imaginando se eu fosse a pessoa que recebesse o vídeo de um artista, e não é qualquer artista, porque o projeto é voltado para artistas experientes. Esse material que chega para o idoso é muito bom. Têm músicos que produzem a faixa, gravam em estúdio, fazem quase um videoclipe. É muito bonito ver esse esforço. Uma explosão de amor e dedicação dos artistas e os idosos ficam encantados”.

E a música faz parte da vida de todos. “Toda pessoa tem uma trilha sonora. Cada momento da sua vida tem uma música ali embalando. Os idosos pediram aquela música porque tem uma relação especial com ela. Não é preciso estar perto, é uma coisa virtual e simples para todas as partes”.

O projeto já conquistou cantores e instituições por todo o país e tem uma versão no Canadá. A expectativa de que chegue também à França e ao México. “Tenho certeza que é um projeto que vai sobreviver e crescer bastante. Vai sair da minha asa pequena do Rio e ganhar novos ares, novos comandos. A ideia em si é muito simples e muito bacana”. Vida ao longa ao Me Pede Que Eu Canto.  (Katia Brito / Fotos: Divulgação)  

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