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Live ressalta importância e amplitude do SUS, assegurando direitos e vidas

Lançamento da campanha #EuSouSUS, promovida pelo Movimento Vidas Idosas Importam, foi uma verdadeira aula com os professores Vicente Faleiros e Cecília Minayo sobre a história do Sistema Único de Saúde e seu papel na qualidade de vida e bem-estar dos brasileiros

Vicente Faleiros

O lançamento da campanha #EuSouSUS, promovida pelo Movimento Vidas Idosas Importam, mobilizou ontem (15 de março) pessoas de todas as regiões do país. A live com os professores Vicente Faleiros (destaque na imagem principal) e Maria Cecília Minayo, na página do Facebook do movimento, já tem mais de 600 visualizações.  O evento contou com a tradução e interpretação de Libras de alunos da Feneis de São Paulo sob a orientação do prof. Juliano.

Para o articulador do Vidas Idosas Importam, o gerontologista e ativista da pessoa idosa Crismédio Costa, “a campanha #EuSouSUS significa um gesto concreto da mobilização social em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS)”. Segundo ele, trata-se de uma politica de estado criada para salvar vidas, cuidar da população e dar aos brasileiros a dignidade de viver com saúde de qualidade.

Os primeiros resultados são comemorados pelo articulador: “Essa manifestação nacional tem dado resultados muito positivos. Todas as faces do envelhecimento abraçaram essa causa para fortalecer ainda mais o nosso SUS. O povo precisa do SUS, o Brasil pede o SUS. Nós queremos ter vez e voz para continuar lutando em defesa do SUS. A vacina vem do SUS, a vida vem do SUS. Estamos todos juntos, de mãos dadas, abraçando o SUS e dizendo em uma só voz #EuSouSUS”.

A live de ontem foi conduzida por Ana Lucia Silva, ativista dos direitos humanos da pessoa idosa, especialista em negociação e mediação de conflitos como instrumento de gestão pública no Sistema único de Saúde (SUS) e pós-graduada em Gestão em Gerontologia. Coordenadora geral do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI) entre 2012 e 2018, ela recebeu o convite de última hora, substituindo a radialista e podcaster Karen Garcia de Farias, da assessoria de Comunicação do Vidas Idosas Importam.

Ana Lucia destacou que estão programados outros encontros para os meses de abril e maio, sempre com temas relevantes ligados à pessoa idosa e à defesa de direitos conquistados. “Não podemos permitir retrocessos. Os instrumentos que a Constituição tem disponíveis a gente precisa fazer que sejam mantidos. As pessoas idosas precisam ser cuidadas”.  

Live Eu Sou SUS - Sandra Gomes, Ana Lucia, Victor - intérprete de Libras e Sandra Rabello

Também participaram da live a coordenadora nacional do Vidas Idosas Importam, Sandra Regina Gomes, e a adjunta, Sandra Rabello.  “O movimento tem a proposta de integrar, promover ações que possam unir todo o Brasil para fortalecer as lutas sociais, e uma das mais importantes que é garantir que o Sistema Único de Saúde possa ficar cada vez mais forte”, afirmou Sandra Gomes.

Em defesa de direitos e da vida

Com bem disse, Ana Lucia os convidados da primeira live da campanha #EuSouSUS são exemplos do protagonismo da pessoa idosa e simbolizam a importância dessa população. Vicente Faleiros, que inspirou a campanha, lembrou como era o sistema de saúde brasileiro antes da criação do SUS: “Antes da Constituição de 1988, o sistema de saúde era fragmentado, tínhamos institutos dos servidores públicos, serviços de caridade para os indigentes que davam acesso às Santas Casas. Raramente a população tinha acesso ao medico, era um luxo”.

A Constituição, de acordo com Faleiros, trouxe de forma atrasada para o país o conceito de seguridade social, que engloba a saúde como direito, a previdência contributiva e a assistência social. O Sistema Único de Saúde (SUS) se baseia na universalidade e integralidade em um conjunto articulado de serviços para manter igualdade da assistência. E não se trata apenas dos hospitais, como afirmou o professor: “saúde não é questão de doença, mas questão de bem estar, que implica também o tratamento das doenças”.

Na pandemia, para o professor, é o SUS quem está “assegurando e segurando a barra da saúde no Brasil”. Segundo ele, “a gestão federal não olhou a pandemia com o devido respeito pela ciência, principalmente contrapondo economia e saúde, e sem saúde não tem economia que funcione”.

Diante desse cenário, a necessidade de uma política pública eficiente, articulada com todas as esferas de governo e a participação da sociedade por meio dos conselhos. “Saúde não é mercadoria, não é favor. Estamos pagamos impostos justamente para manter esses serviços”, destacou o professor.

Faleiros também abordou a gravidade da situação atual. “Estamos em um momento muito grave, não só de destruição da vida, mas da destruição do direito à saúde. Vamos prestar atenção não só para proteger vidas, mas para proteger direitos. Vamos assegurar vidas e defender direitos”.  

Amplitude do SUS

Maria Cecília de Souza Minayo

Maria Cecília Minayo, que recentemente tomou a primeira dose da vacina contra a covid-19, que chamou de “picadinha da salvação”, destacou que o SUS é uma âncora no nosso sistema de saúde brasileiro. Ela ressaltou os muitos programas realizados pelo sistema público como o de transplantes, de proteção às pessoas com aids, de imunização com vacinas para diferentes faixas etárias, as academias da saúde em espaços ao ar livre, saúde bucal, a inclusão da medicina integrativa e complementar, a Rede Cegonha, saúde na escola, entre outros.

“O SUS não é só o hospital, trabalha para a qualidade de vida e de saúde da população brasileira no sentido mais amplo. São dois os principais problemas: subfinanciamento, ou seja, investem pouco no SUS, embora seja o maior programa de saúde pública gratuita no mundo pela quantidade, e o gerenciamento sempre foi um problema com a ingerência politica. A gente tem que trabalhar para que tenhamos pessoas técnicas para levar o sistema cada vez mais a frente”, salientou a professora.

A professora finalizou sua participação dizendo: “Todos estamos nesse movimento, todos temos que nos sentir incluídos, porque o Brasil está passando por um momento muito difícil, e na hora da dificuldade a gente tem que encontrar saídas juntos. Mais uma vez quero apoiar a frase #todossomossus, #eusousus, #nossomossus”.

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