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Isolamento pode aumentar consumo de álcool

Centro de Informações sobre Saúde e Álcool CISA Isolamento social consumo nocivo de álcool

O isolamento social necessário diante do avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) pode ter sérios impactos psicológicos, levando ao aumento do consumo de álcool. O alerta é do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), referência para o tema, com base em estudos científicos recentes. De acordo com uma revisão publicada na revista científica The Lancet, pessoas com histórico de transtornos mentais, ou em tratamento, estão mais vulneráveis aos efeitos do distanciamento social a curto e longo prazo.

“Em quadros de problemas por uso de álcool, o afastamento de redes de apoio e mudanças na rotina podem ser gatilhos para recaídas”, ressalta Arthur Guerra, psiquiatra e presidente do CISA. No Brasil, redes de apoio psicológico à distância têm sido criadas para diminuir o sofrimento psíquico ocasionado pela pandemia e a quarentena. O Alcoólicos Anônimos, por exemplo, estão realizando reuniões virtuais diariamente.

A equipe do CISA lembra que a dependência é uma doença crônica, assim como diabetes, hipertensão ou asma, com momentos de melhora e piora dos sintomas. Recaídas fazem parte do quadro, mesmo durante o tratamento, e tendem a acontecer especialmente em situações estressantes como a que estamos vivendo.

Outro ponto de atenção é o hábito de beber sozinho, associado ao desenvolvimento de problemas relacionados ao álcool mesmo entre não-alcoolistas, segundo estudo publicado recentemente no periódico Addictive Behaviors.

A pesquisa avaliou a influência de contextos individuais e sociais de consumo de álcool na elaboração de expectativas e motivações para beber, chegando a conclusão de que o hábito de beber sozinho esteve relacionado aos efeitos “negativos” do álcool, como o entorpecimento dos sentidos. A motivação, para a maioria dos participantes do estudo, foi o enfrentamento de problemas.

Há, na literatura científica, diversas evidências que sugerem a associação de transtornos de ansiedade e depressão à motivação para beber. Em consonância com esses achados, os resultados da pesquisa citada acima indicaram que a associação entre beber sozinho e problemas relacionados ao álcool é particularmente robusta na presença desses transtornos.

CISA Isolamento social consumo nocivo de álcool
Isolamento pode afetar inclusive pessoas que não bebiam (Imagem de m storm por Pixabay )

“Durante a quarentena, período no qual beber em grupo deixa de ser uma opção, o risco dessa associação é maior, e pode ser agravado pela presença dos sintomas de ansiedade e depressão preexistentes ou desencadeados pelo próprio isolamento e pela situação de estresse decorrente da pandemia”, alerta Guerra.

Para diminuir o impacto do confinamento para a saúde mental, ele indica como estratégia o fortalecimento de laços afetivos e atitudes solidárias.  “Caso você conheça pessoas que sofram de transtornos mentais, estEJA disponível para ouvi-las e acolher seus anseios pode fazer muita diferença”, recomenda.

O período de isolamento social, segundo o CISA, pode levar ao aumento de consumo de álcool, inclusive por pessoas que antes não bebiam e que passam a ingerir bebida alcoólica seja pelo confinamento ou mesmo por desconhecer o padrão de uso de baixo risco e as consequências do consumo abusivo para a saúde. Leia mais no blog sobre a dependência e abuso do álcool no Brasil. (Fonte: Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA).

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