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EternamenteSOU: velhices e diversidade

Rogério Pedro é o presidente da Eternamente Sou

Primeiro como coletivo e depois como ONG, a EternamenteSOU saiu do papel em 2017, mas há cerca de dez anos estava nos planos de Rogério Pedro. “Após enfrentar alguns conflitos pessoais, eu me vi com essa preocupação sobre a falta de amparo e apoio para pessoas que são velhas e estão envelhecendo. Não existia nada dentro do movimento LGBT e a sociedade como um todo não falava dessas coisas”, conta o presidente da ONG, responsável pelo Seminário Velhices LGBT, que esta semana ocupou o Sesc Pompeia e tem sido destaque no blog.

Para colocar o projeto em prática, Rogério convocou amigos para abraçarem a causa, foi quando surgiu o primeiro seminário. “O interessante é que em 2017 a gente não tinha muita expectativa em relação ao projeto, porque onde a gente chegava as pessoas não davam muito crédito, falavam: ‘como pode pessoas novas estar falando por idosos’. Então trabalhamos a conscientização que nós também vamos envelhecer um dia e que todo o movimento que nós temos hoje, os direitos conquistados ao longo desses anos, são de pessoas idosas, de uma militância que hoje passa por um momento de invisibilidade”, ressalta.

A ONG também trabalha na capacitação e formação de profissionais da rede socioassistencial e de saúde para o atendimento a esta parcela da população, além do fomento e fortalecimento de políticas públicas específicas. E diretamente para a população LGBT são oferecidas atividades como coral, expressão corporal, teatro e encontros temáticos mensais, com o intuito de fortalecer vínculos afetivos e de pertencimento.  

Ao longo destes dois anos, o trabalho tem crescido e sendo reconhecido. “A gente vê uma evolução muito grande, principalmente o boca a boca que há entre os próprios idosos, alcançamos mais ou menos 300 idosos desde 2017. Pessoas que nos procuraram para algum tipo de auxílio, de apoio, alguma coisa nesse sentido”, explica.

O segundo seminário ocorreu em 2018, quando foi formalizado o apoio da Prefeitura de São Paulo, que participa por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, e a Coordenadoria de Políticas para a Pessoa Idosa. A coordenadora Sandra Regina Gomes integrou uma das mesas do evento da semana passada. “A secretaria abraçou a causa, tanto que eles foram em Madri e conheceram o projeto já existente lá (Fundacion 26 de Diciembre)”, destaca Rogério.

Por uma nova sede

Atualmente em uma sede provisória, onde funciona o Centro de Convivência e Referência para Idosos LGBT, a ONG lançou uma vaquinha no site Benfeitoria para obter um espaço próprio para a realização das atividades. A meta é de R$ 20 mil, mas até o momento apenas 2% havia sido arrecadado. Quem puder colaborar, clique no link.

Depois da visibilidade com a vinda de Daniela Mercury para a abertura do evento na noite da última quarta-feira, dia 26 de junho, a expectativa é ainda maior para que a meta seja alcançada. “Estamos longe de atingir o valor que a gente pretende, mas acreditamos no poder e na força que as pessoas têm e no que elas acreditam também”, destaca Rogério, contando que cerca de 700 pessoas acompanharam o show.

Outro destaque são as parcerias conquistadas pela ONG como o Sesc, que abriu as portas da unidade Pompeia para a realização do seminário. “Acredito que quanto mais a gente se movimenta, mais portas vão se abrindo, e são essas oportunidades que a gente quer abraçar e trazer isso para dentro do movimento, para dentro da causa. Acredito que o trabalho só vai pra frente quando todo mundo dá as mãos”, conclui. Saiba mais sobre o trabalho da ONG no site. (Katia Brito)

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