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Especialistas alertam para consumo abusivo de álcool por pessoas idosas

Profissionais da Casa São Luiz, instituição de longa permanência, explicam que os riscos são maiores com as festas de fim de ano

Especialistas alertam para riscos do consumo excessivo de álcool em idosos

Uma pesquisa realizada recentemente pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que cerca de 2 milhões de idosos brasileiros fazem uso abusivo do álcool. As consequências do alto e constante consumo de bebidas alcóolicas entre idosos são gravíssimas e vão desde o declínio cognitivo ao agravamento ou surgimento de doenças.

Para os profissionais da Casa São Luiz (CSL), instituição de longa permanência para idosos (ILPI), localizada no Rio de Janeiro, é fundamental que amigos e familiares de idosos estejam alertas nesse momento. As festas de final de ano podem significar para muitas pessoas, especialmente com mais de 60 anos, um período difícil e de muita solidão. Segundo a neurociência comportamental, o cérebro busca se autorregular da maneira que envolve menos esforço e é neste momento que o álcool pode se tornar a “melhor companhia”.

De acordo com a gerontóloga da CSL, Camilla Vilela, é importante atentar para alguns sinais que podem identificar a dependência de bebidas alcoólicas como quando o idoso bebe sozinho sem nenhum motivo aparente. E ainda quando prioriza a bebida ao invés de estar com amigos e familiares, demonstra agressividade se forem questionados sobre o consumo excessivo e apresenta dificuldade para parar de beber. 

“Há diversas situações que podem levar pessoas com mais de 60 anos a beber excessivamente. Uma delas pode ser a solidão, que infelizmente é muito comum nessa faixa etária, no qual ocorrem mudanças nos papéis sociais, diminuindo a socialização. O álcool é visto como um aliado para superar isso. Em contrapartida, existe uma situação que ocorre por conta de mais tempo livre depois da aposentadoria, sendo constante estes idosos participarem de encontros que o consumo de bebidas alcoólicas seja comum”, afirma Camilla. 

A especialista também alerta para sinais que mostram o agravamento do alcoolismo como quadros de paranoia e alucinações, o fato de esconder bebidas alcoólicas ou evidências de que as consumiu, ter perda de memória, tremores, insônia ou falta de apetite.

Segundo o médico da CSL, Dr. Luiz Anderson Lougon o alcoolismo pode cursar com várias doenças e destaca a cirrose hepática e demência como as que mais atingem homens e mulheres com idade avançada. “Se o paciente tiver acompanhamento psicológico vai ajudar e muito no tratamento”, garante o especialista.

Cérebro busca por dopamina

O neuropsicólogo Thiago Cantisano explica que quando a pessoa está diante de uma situação emocionalmente desafiadora, como o sentimento de solidão diante de datas específicas como as festas de fim de ano, o cérebro recorre a tudo aquilo que pode ser alguma fonte de liberação de dopamina, que é o neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer e bem estar.

“O álcool, por ser algo culturalmente aceito, de fácil acesso e que faz parte dos ritos de celebração das festas de fim de ano, surge como uma alternativa extremamente atraente. No caso da cerveja, por exemplo, isso é ainda mais perigoso: estudos mostram que mesmo sem os efeitos intoxicantes do álcool, o simples gosto da cerveja aumenta a atividade da dopamina no sistema de recompensa no cérebro”, explica.

“Para evitar isso o melhor é buscar fontes que ajudem a regular os níveis de dopamina no cérebro de forma saudável, como atividade física, bater papo, cuidar de um animal de estimação, apreciar paisagens ou ouvir música. O cérebro busca se regular da forma mais rápida e econômica (em termos de esforço) e isso nem sempre é bom para nós. Mas podemos sempre usar um pouco da inteligência e criatividade para buscar outras formas de regular nosso humor que não envolvam comportamentos prejudiciais e quem sabe, até mesmo beneficiar outras pessoas”, completou Cantisano.

Na Casa São Luiz situações que envolvam alcoolismo são acompanhadas de perto por médicos e psicólogos, e em alguns casos encaminhados para acompanhamento psiquiátrico. Segundo a gerontóloga Camilla Vilela, é necessário entender cada condição individualmente, pois os motivos e suas consequências diferenciam cada caso.

(Fonte: Casa São Luiz e LV Comunicação / Imagem principal: Background photo created by jcomp – www.freepik.com)

1 Comentário

1 Comentário

  1. Clínica de recuperação

    7 de janeiro de 2022 às 23:54

    Obrigada

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