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Cineclube traz a morte para o centro do debate

Tom Almeida Cineclube da Morte Festival InFINITO

Terminalidade foi o tema do Cineclube da Morte realizado na última sexta-feira de novembro, no Petra Belas Artes, em São Paulo. Não há como não ser impactado ainda mais depois da experiência no Festival InFINITO (leia mais aqui), no início de setembro, e de ler o livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, da dra. Ana Claudia Quintana Arantes. São outras as percepções sobre a morte e a finitude.

Segundo Tom Almeida, responsável pelo movimento InFINITO e idealizador do Cineclube da Morte ao lado da dra. Ana Cláudia, desde agosto de 2017, já foram mais de 20 filmes e mais de dois mil participantes. A última sessão do ano deve ocorrer no dia 17 de dezembro, também no Petra Belas Artes, com a exibição do filme “Anjo de Vidro”.

No Cineclube da Morte após as sessões de cinema, realizadas mensalmente, a plateia discute a morte e a finitude sobre diferentes perspectivas. Um momento para compartilhar não só as impressões sobre o filme exibido, mas principalmente compartilhar vivências. Como disse Tom Almeida é uma conversa para todo mundo, de todas as idades.

Na sessão que participei o tema foi terminalidade, com exibição dos documentários “A Partida Final” (2018, direção de Rob Epstein e Jeffrey Friedman) e “Extremis” (2016, Dan Krauss). No primeiro, pacientes em estágio avançado de diferentes doenças têm o suporte de médicos no Centro Médico de São Francisco e no Zen Hospice para decidir como querem viver e morrer.

https://www.youtube.com/watch?v=PEh67qEqGoA

No Centro Médico também os familiares têm o suporte neste difícil momento. A equipe é comandada pelo dr. Steve Pantilat, referência mundial em cuidados paliativos, que esteve presente no Festival InFINITO. E todo o trabalho é conduzido como ele afirmou na ocasião do evento, ajudando as pessoas com doenças graves a viver melhor pelo maior tempo possível, sem falsas esperanças.

Assim também é feito no Zen Hospice, que tem à frente o médico B.J Miller. Aos 19 anos, ele precisou amputar as duas pernas, a mão e metade do braço esquerdo após uma descarga elétrica. O médico fecha o documentário com dizendo que somos programados para fugir da morte, mas a morte faz parte da vida. Vale a pena assistir!

Em “Extremis”, a rotina de familiares e médicos em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). E a difícil decisão: prolongar a vida de forma artificial (distanásia), apenas com a ajuda de aparelhos, ou permitir o processo natural da morte (ortotanásia)? Opiniões divergentes entre os profissionais de saúde e também nas famílias, que mesmo querendo que aquele sofrimento termine querem fazer tudo pelo paciente. Mas que “tudo” é este? Também recomendo!

Realmente é um desafio lidar com a morte, aceitar a finitude, e vale muito a pena participar de iniciativas como o Cineclube da Morte para desmistificar conceitos e refletir por meio de outros pontos de vista, de outras vivências.

Alexandre Silva Cineclube da Morte
Alexandre Silva falou sobre sua experiência no Rio

O convidado do Cineclube da Morte que participei, Alexandre Silva, é enfermeiro em comunidades do Rio de Janeiro, especialista em cuidados paliativos, saúde mental e gestão hospitalar. Alexandre afirmou no evento que não gosta do termo empatia, mas sim de compaixão, de um conforto baseado em esperanças realistas. E disse que quando somos afetados por uma situação, aquilo desperta o nosso afeto. Saiba mais sobre o Cineclube da Morte no site do movimento InFINITO. Clique aqui. (Katia Brito)

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