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Brasil ajuda no avanço para revisão da CID-11

Brasileiros pressionaram a OPAS/OMS em evento e colaboraram para a abertura de sugestões para substituição do termo velhice

Velhice não é doença - CID 11

A participação brasileira foi intensa no evento do dia 19 de agosto, organizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre ‘As novas demandas do envelhecimento e a CID-11: Perspectivas das Américas’. Contrários à classificação de velhice como doença – prevista para vigorar a partir de janeiro de 2022 – profissionais de diversos segmentos, representantes de instituições e da sociedade civil, unidos no coletivo Velhice Não É Doença marcaram posição.

A OMS foi pressionada pelo coletivo com embasamento técnico. Os integrantes articularam com vários países, especialmente, os da América Latina, e foram fundamentais para uma primeira conquista. Oficialmente, ao final do encontro, o dr. Andrés de Francisco, diretor do Departamento de Família, Promoção e Curso de Vida (FPL) da OPAS/OMS, declarou que está aberta a possibilidade para os países encaminharem sugestões para a substituição do termo velhice.

Para Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional de Longevidade Brasil (ILC-BR), referência mundial em envelhecimento e uma das principais lideranças do movimento Velhice Não É Doença, foi um marco fantástico. “Se não fosse a pressão sobretudo que fizemos, a estratégia que nós traçamos, o papel que cabe à sociedade civil, eles não teriam se sentido tão incomodados’, enfatiza. De última hora o programa do evento que era meramente informativo foi modificado.

Articulação internacional

Ainda que o Brasil não tenha sido convidado a compor a mesa no evento, lideranças do coletivo Velhice Não É Doença fizeram articulações internacionais. Tanto que resultou na participação em concordância com a posição brasileira por parte do dr. José Ricardo Jauregui (Argentina), presidente da Associação Internacional de Gerontologia e Geriatria (IAGG), e do professor dr. Luis Miguel Gutierrez, diretor do Instituto Nacional de Geriatria do México.

Kalache foi responsável pela articulação com os representantes da Argentina e do México, e deixou claro que a sociedade civil estaria acompanhando suas manifestações. “Creio que a conclusão importante é de que haverá, sim, um debate sério, acadêmico, com propostas a serem oferecidas à OMS”, salienta.  

Novos debates

O próximo passo será a realização de uma nova roda de conversa para que se encontre, em consenso, um novo termo que substitua velhice na 11ª revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11). “E nós, brasileiros, estaremos nessa discussão, representando a nossa voz. Nada para nós sem nós!”, declara Kalache, orgulhoso e grato pelo empenho e determinação de todos do movimento.

Um primeiro passo comemorado. Mas, como alerta Kalache: “A luta não terminou. Vencemos essa batalha. Mas não vamos esmorecer. Agora estamos em outro patamar, e acho isso fantástico!”. As ações do coletivo Velhice Não é Doença continuam mobilizando profissionais dos mais diversos segmentos, sociedades médicas e entidades organizadas da sociedade civil.

O coletivo permanece pressionando e acompanhando para garantir que velhice não seja considerada doença na CID-11, pois seria um imenso retrocesso, e para ajudar a combater o idadismo (preconceito etário) e pela valorização das pessoas no processo do envelhecimento. Participe! Assine a Carta Manifesto em https://www.tinyurl.com/velhicenaoedoenca

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(Nota de Imprensa Coletivo Velhice Não é Doença / Imagem principal: Casal foto criado por gpointstudio – br.freepik.com)

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