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Ballet Fly: arte e longevidade

Letícia Marchetto criadora do ballet fly

A beleza de passos de dança e acrobacias de circo em tecido conquista o público 60+. Assim é o ballet fly, modalidade criada pela educadora física Letícia Marchetto (em destaque na foto principal), que chamou a atenção na Longevidade Expo+Fórum, evento realizado recentemente em São Paulo (leia a matéria sobre a feira aqui). E as aulas não são exclusivas para pessoas idosas. “A proposta é incluir a pessoa acima de 60 anos, respeitar as diferenças fisiológicas que o corpo tem, porque existe uma perda significativa de massa e de resposta reflexa, mas estimular as necessidades”, afirma Letícia, que também é graduada em dança.

O ballet fly surgiu a pedido das alunas. “Eu tenho um estúdio de pilates e elas gostam muito dos movimentos, da ideia da progressão, mas queriam alguma coisa que fosse desafiadora e dançada ao mesmo tempo. Então eu comecei a introduzir a dança com a parte acrobática para a gente criar uma dança aérea e a partir da resposta e das dificuldades das alunas fui desenvolvendo etapa por etapa de cada exercício”, explica Letícia.

A modalidade é adaptada a diferentes faixas etárias. “A gente tinha muitas alunas acima de 60 anos e elas sempre chegavam perguntando: ‘Olha eu tenho 70 anos, eu posso fazer?’. Elas não acreditavam que elas podiam, achavam que existia uma restrição, aí a gente desenvolveu o ballet fly 60+”, conta Letícia. Segundo ela, a atividade é focada nas necessidades do público longevo como equilíbrio e a prevenção de quedas.

A criadora do ballet fly explica que com o envelhecer a velocidade de resposta do corpo muda: “A gente deixa de cair porque tem um reflexo de mudar o pé de lugar, por exemplo, e às vezes, o idoso perdeu esse reflexo e é por isso que ele cai, porque o corpo desequilibra”. E além de reflexos mais rápidos, Letícia afirma que as alunas mantêm o cérebro ativo com o aprendizado de coreografias. “Ela vai aprender sempre um desafio novo e isso é um estimulo que cria muitas conexões”.

Superação

Para Letícia, o que encanta as mulheres maduras é a superação que o ballet fly propicia. “Elas amam se sentirem mais confiantes, descobrirem que são capazes de aprenderem algo novo independentemente da idade. Elas são capazes de se superar e apresentar coisas bonitas. E também o que elas mais gostam é que fazem junto com pessoas mais novas, não é aula da terceira idade, não é essa proposta”, ressalta.

Nas apresentações, que normalmente ocorrem no meio e no fim do ano, segundo Letícia muitas vezes o palco é dividido entre moças de 30 e 60 anos. “Cada uma apresentando o seu tempo mas uma coreografia que dialoga. A gente tem isso em tantas artes. No teatro é assim, a gente tem atrizes de 60 anos junto com atrizes de 20, 10 anos. Por que na dança aérea não poderia ter? A gente tem e elas têm um potencial de maturidade que é muito rico”, finaliza.

A modalidade criada por Letícia cresceu tanto que agora integra a pós-graduação em Danças Aéreas e Ballet Fly. O primeiro curso está sendo oferecido pela Universidade São Caetano do Sul (USCS). Mais informações no site da instituição. Já o estúdio de Letícia conta com cinco unidades nas cidades de São Paulo e em Americana. Saiba mais no site Ballet Fly. (Katia Brito)

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