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Velhices

Adele Pereira: amor pela vida e pela escrita

Adele Pereira

A escritora Adele Pereira sempre leu e escreveu muito, mesmo quando trabalhava em meio às costuras, profissão que era comum em sua família e foi obrigada a abraçar. Nascida em Maringá, cidade polo do interior do Paraná, no ano de 1950, viveu a década de ouro do café, a revolução tecnológica e a chegada da televisão no Brasil. Caçula de dez filhos, muito cedo aprendeu que precisava se sobressair.

Entre um trabalho e outro, sempre encontrava tempo para escrever. “Comecei a escrever nos anos 1970, não sei porque, mas minha mãe, mesmo costureira, gostava de escritas, acho que vem daí. Quando me aposentei das costuras, passei a me dedicar a pequenos textos e publicá-los. Gostaria de ter uma máquina digital no cérebro, pois não perderia nada. Às vezes componho mentalmente. Sem poder escrever no momento, daí me perco quando vou digitar”, conta.

Com os textos publicados, logo vieram os convites. Maria do Carmo da Cunha, a Madis (que você conheceu aqui no blog) a chamou para integrar o quadro de colunistas do blog Envelhecer com Estilo. “Fiquei muito feliz, passei a ver publicado semanalmente meu trabalho”, lembra Adele.

Neste mesmo período, foi convidada para fazer parte da Academia de Letras da Sociedade dos Poetas Virtuais (ALSPV) pelo presidente Cristiano Murcia, e com o patrono Splam Snazalack, ingressou na Academia de Artes e Letras do Brasil (ACILBRAS), com sede em Volta Redonda (RJ) e também virtual. Adele tomou posse da cadeira 301 em cerimônia na Câmara Municipal da cidade carioca. “É muito bom ter um lugar onde divulgamos nossa obra, interagimos com outros membros. Fazemos saraus temáticos ou em datas comemorativas”, explica.  

Envelhecer

Aos 69 anos, Adele mora em Umuarama, no noroeste do Paraná. Para ela, envelhecer faz parte da vida: “Temos que aproveitar o que o momento está nos proporcionando. Há cinco anos sou viúva, tenho três filhos, cinco netos e uma bisneta. Sozinha, mas não solitária. Gosto do novo, de mudança, de artes… Adoro cinema, drama de amor, chorar…”.

Desde que ficou sozinha, tem viajado bastante, às vezes com os filhos, outras em excursões, com uma amiga de mais de 40 anos, uma irmã de coração. Antes da pandemia de coronavírus, Adele estava com uma viagem marcada. Com o isolamento social, ela passa os dias criando.

Janela do mundo

“Estou num trabalho intitulado por mim: ‘Eu e a janela do mundo”. Já postei vários. Escrevo sobre tudo, mas amo o amor, suas nuances, paixões, sensualidades e erotismo, a sedução. Esses, os filhos não gostam, mas quando é singelo, lúdico, familiar, eles ariscam uma curtida e até compartilham”. 

Adele já participou de várias antologias, mas em junho, vem aí o primeiro livro solo da escritora, uma seleção bem romântica. “Estou ansiosa. Quanto ao futuro, é viver,  escrever é ainda viajar.  Assim sou eu a escritora Adele Pereira”. Acompanhe o Facebook da escritora e confira aqui a poesia que ela compartilha com o blog Nova Maturidade:


 MENTE LIVRE

Quando você põe a cabeça fora da janela

E não vê muro, enxerga o mundo inteiro

Mas não deve colocar só a cabeça. Voe!!

Voar da janela não é loucura, é liberdade

Ai!!! Você pode fazer o que quiser, és livre

Não tem limites, regras, obstáculos, travas

Porque não há riscos, mapas, atalhos,  roteiros

Só uma voz, dizendo venha… olhe… deslumbre-se

Se for audacioso, poderá fazer tudo…

O inimaginável, quando quiser, der vontade

O que bem entender… só você! De bem

Se tornará forte, onde estiver será o melhor

E estará no melhor lugar do mundo… o seu

Nada poderá atingir, saberás as horas…

Certeira, será sua bússola, qual rota seja

E o vento os caminhos em pensamentos

És dono de si, mesmo com o corpo na janela

Poderás ouvir melodias, de harpas, flauta

Liras tudo orquestrado por anjos, querubins

Voará com os pássaros, sentirás a leve brisa

O brilho do sol ao seu lado, o abraço do amor

Feche os olhos, se sinta cego de nascença, nada viu

Abre os olhos pela primeira vez, sem limites

Tudo vê quando antes, só podia tocar cheirar

Tudo uma revelação nova, abriu-se as portas

As janelas da mente, e as portas do coração

O deslumbre de ser livre, a mente só você

A prende, limita, reprime, tranca. Solte-a

Adele Pereira

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