“A história de vida que cada um de nós aqui vai traçar e construir precisa passar pela compaixão.” (Ana Claudia Quintana Arantes)
Valéria Barrio Novo Gonçalves*
Se o mundo fosse repleto de gente que sente compaixão, tudo seria muito diferente. Especialmente neste momento que vivemos onde se importar com o outro faz total diferença. O sentimento de compaixão não está relacionado a uma característica religiosa e sim refere-se ao comportamento e sentimento com relação ao sofrimento do outro.
A compaixão passa necessariamente em reconhecer que o sofrimento existe e não porque você se coloca no lugar do outro (a conhecida empatia), mas sim porque o outro diz que sofre e isso basta para que você aceite essa notícia. Para compreender essa informação não é necessário estar no lugar do outro e sim respeitar a informação e colocar o seu coração e o seu sentimento em contato com esse sofrimento, repousar seu coração sobre o sofrimento do outro.
A partir desse reconhecimento você vai olhar para tudo que tem a sua volta e para dentro de si e vai realmente desejar que aquele sofrimento seja aliviado. Você não vai fazer isso por obrigação ou porque recebe para isso, você vai fazer isso para além compreensível, porque aquele ser humano merece ter o sofrimento aliviado.
Então você olha para si (aqui está o grande segredo de sucesso da compaixão) e reconhece tudo que tem e sabe fazer que possa de alguma forma ajudar a aliviar aquele sofrimento. Não necessariamente você deve ser um profissional de saúde para oferecer algo que proporciona alívio ao sofrimento, você pode ter tempo para visitar, pode oferecer alegria, humor, otimismo, positividade e estar disponível.
Autocuidado
Quando a gente se reconhece como parte do processo de tratamento de alguém que sofre, a gente começa a se preocupar com o autocuidado. Desenvolvemos a autocompaixão, pois quando percebemos que cuidar do outro nos inclui, reconhecemos que para cuidar por inteiro e com leveza, sem obrigação, sem peso é necessário estar bem, estar pleno e isso nos dá força.
A compaixão iguala os seres e permite com que todos reconheçam as próprias limitações, independentemente de qualquer coisa. Se todos nós compreendessemos o real significado deste sentimento, o mundo seria mais unido e as dificuldades seriam vencidas mais facilmente.
Vamos construir nossa história de vida com base na compaixão! A cura está no cuidar e este é um caminho transformador que nos engrandece e nos faz dignos de nossa existência.
*Valéria Barrio Novo Gonçalves
Graduada em Administração de Empresas com Habilitação em Comércio Exterior e pós-graduada em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), sempre foi apaixonada pelo tema do envelhecimento. Pós-Graduanda em Gerontologia na Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), realizou cursos como de Estimulação Cognitiva para Idosos pela Associação Brasileira de Gerontologia (ABG).
Valéria, que estreou em junho como colunista do blog Nova Maturidade, é responsável pela Cuidare Santo Amaro, uma franquia de Cuidadores de Pessoas – idosos, adultos e crianças, com ou sem necessidades especiais. Para conhecer mais sobre a Cuidare Santo Amaro, entre em contato pelos telefones (11) 4281-2717 ou (11) 93435-1977 ou pelo e-mail santoamaro@cuidarebr.com.br.
A periodicidade da coluna é mensal. Confira também o texto de estreia de Valéria Barrio: Cuidados e cuidadores em meio á pandemia.
